Foi realizada na quarta-feira, dia 19, em Brasília, a terceira rodada de negociação do ACT dos trabalhadores do Sistema Eletrobras. Estiveram presentes os dirigentes do Coletivo Nacional dos Eletricitários e a direção da Holding. A proposta apresentada pela empresa de conceder apenas o IPCA nos salários (8,17%) e nos benefícios, sem retroatividade, com pagamento a partir de setembro, e com validade de 2 anos, foi considerada pelos dirigentes sindicais como uma afronta aos trabalhadores sendo de imediato rechaçada.

Ficou decidido que no dia 27 de agosto, no Rio de Janeiro, será realizada uma nova negociação. Diante dessa proposta rebaixada o CNE reunido deliberou pelos seguintes encaminhamentos: realização de assembleias deliberativas no período de 21 a 26 de agosto, com o indicativo da rejeição da mesma. E aprovação do indicativo de paralisação de 72 horas a partir do dia 31 de agosto. Outro ponto aprovado foi à luta contra a privatização das sete distribuidoras de energia da Eletrobras.

A argumentação da Eletrobras de que a atual situação financeira impede um acordo com ganho real, não é aceita pelos dirigentes e muito menos pela categoria. É importante reafirmar que os trabalhadores não podem arcar com ônus desse desequilíbrio econômico e financeiro da Holding. Pois, foi através do profissionalismo do quadro de empregados que o Sistema Elétrico Estatal se manteve robusto, mesmo em um momento de crise no setor, especialmente a hídrica.

Está mais do que na hora dos gestores da Holding afinarem seus discursos e buscar apoio em alguns setores do Governo mais progressistas. De nada adianta ficar estagnado, a reboque da política recessiva e antipopular de Ministro Levy. O CNE tem certeza que ainda existe vida inteligente no Governo Dilma. Afinal, foi com esse pensamento que os sindicatos foram às ruas para trabalhar pela sua reeleição.

Os trabalhadores do Sistema Eletrobras estão mobilizados e prontos para lutar por um acordo digno, com ganho real nos salários e nos benefícios.

O CNE espera que na rodada de Negociação do dia 27 de agosto, a Eletrobras e o Governo Dilma façam uma reflexão, e vejam que os trabalhadores eletricitários não são seus inimigos. E que o diálogo devem sempre estar aberto, o que até o momento não tem acontecido, haja vista que com exceção do MME, os Ministros da Casa Civil, Planejamento e Secretaria Geral, simplesmente ignoraram o pedido de audiência solicitado pela FNU/CNE.

TRABALHADORES NÃO ELEGERAM ESSE GOVERNO PARA REALIZAR PRIVATIZAÇÕES

Na eleição de 2014 dois projetos foram colocados para os trabalhadores, o primeiro representado pelo PSDB declarava abertamente seu viés neoliberal, de diminuição do Estado na economia, de apoio à terceirização, da venda da Petrobras, Caixa Econômica e a privatização das empresas estatais Do outro lado, o projeto político iniciado em 2003 e que mudou esse país, retirando milhões da miséria, de distribuição de renda, valorização dos trabalhadores e das empresas públicas.

Foi acreditando na continuidade dessa política que a maioria dos trabalhadores do Sistema Eletrobras foi às ruas no segundo turno, enfrentando muitas dificuldades, para eleger a continuidade desse projeto político representada pela presidenta Dilma. Hoje, muitos se perguntam onde foram parar os compromissos assumidos, em especial a categoria eletricitária, que vem sendo fortemente castigada por medidas neoliberais do Governo. Os trabalhadores das 7 distribuidoras de energia da Holding( Eletrobras Piauí, Eletrobras Alagoas, CELG, Amazonas Energia, Eletrobras Acre, Eletrobras Roraima, Eletrobras Rondônia), convivem diariamente com o fantasma da privatização destas empresas, basta abrir os jornais para ler declarações do Governo afirmando que vai privatizar as distribuidoras federais .

É de se estranhar que em um momento de crise, onde todos falam na importância de se criar uma agenda positiva, o diretor financeiro da Eletrobras, afirme publicamente que é preciso privatizar essas empresas. Mesmo sabendo, o que representa a venda do patrimônio público. Os exemplos anteriores de FHC parecem que estão sendo esquecidos: demissões em massa, precarização do trabalho, terceirização maciça, queda na qualidade dos serviços prestados a sociedade e aumento extorsivo das tarifas, sobretudo para a mais pobre.

O CNE e os trabalhadores vão à luta contra esse crime de lesa pátria. A mobilização será forte para barrar esse retrocesso, o coletivo irá a todas as instâncias, inclusive política, com a formalização de uma frente parlamentar. A hora é de mobilização. Veja abaixo a tabela proposta pela FIRJAN para privatização de empresas públicas, como forma de arrecadar dinheiro para o pagamento das dívidas do Governo:



ASSEMBLEIAS DELIBERATIVAS DE 21 A 26 DE AGOSTO. PARTICIPEM!

 


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