Nesta quinta-feira (30) foi lançado pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), o “Movimento Nacional em Defesa do Sistema Elétrico Brasileiro”, em resposta à tentativa de privatização da Companhia Energética de Goiás (CELG), incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND). O ato realizado em Goiânia contou com a participação de representantes sindicais de 17 estados, além de movimentos sociais.

O CNE entende que as empresas do setor elétrico têm uma importância econômica e social essencial para a população dos estados onde atuam. Desta forma, o Movimento tem como objetivo a luta permanente contra o desmonte e privatização das estatais. Além disso, desenvolver a conscientização da população quanto ao processo de privatização que leva ao sucateamento e precariedade das empresas, permitindo que as condições de trabalho dos eletricitários e técnica do sistema regridam drasticamente.

Na avaliação do secretário de energia da Federação Nacional dos Urbanitários, Fernando Pereira, a inclusão da CELG no PND é um golpe contra a classe trabalhadora e a população do estado. “Independente do governo que esteja no poder, os eletricitários são contra qualquer tentativa de privatização das empresas do setor elétrico, uma vez que elas exercem papel estratégico para a soberania do país e da sociedade”, destacou Pereira.

Em depoimento, diversas lideranças sindicais ressaltaram que a privatização significa um massacre sobre os eletricitários. O número de acidentes, inclusive fatais, aumentou no ritmo da redução de custos e acumulação de capital. Nas empresas privatizadas as mortes agora são rotinas principalmente em empreiteiras onde a pressão por metas, ausência de equipamentos de proteção e o aumento da jornada de trabalho são ainda mais evidentes. Destacaram ainda que onde ocorreu a alienação das ações das empresas estatais o valor das tarifas elevou exponencialmente.


Homens e mulheres, do campo e da cidade, se reuniram no final da atividade para abraçarem simbolicamente a Celg, como demonstração da unidade na luta em defesa da classe trabalhadora, das empresas do setor elétrico, da luta pelo acesso à energia e pela soberania do Estado.

Participaram do ato a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune), Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais entidades sindicais e movimentos sociais.