A falta de caixa, fruto de um prejuízo de mais de R$ 9 bilhões do Sistema Eletrobras, foi sempre um argumento utilizado a exaustão pelo Governo e pelas Empresas, durante as últimas negociações com os trabalhadores. Em todas as ocasiões os diretores das empresas repetiram sem parar que não havia recursos, que a ordem era cortar custos e que não podiam avançar mais por falta de dinheiro.

No caso das distribuidoras de energia essa “ladainha” da falta de receita era regra, e nenhum diretor ousava discutir essa premissa. Porém, para a surpresa dos trabalhadores (as) e do movimento sindical, por ordem do Governo e da omissão da Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, no mês de junho foram criadas novas diretorias nas distribuidoras de energia do Sistema Eletrobras, bem como, na Holding.

Basta analisar a quantidade de cargos criados pela canetada da Ministra e fazer a comparação com o número de trabalhadores de cada distribuidora, para se ter noção do absurdo que representam essas medidas

• Amazonas Energia – 1115 Trabalhadores e 181 gestores.

• Eletrobras Distribuição Acre – 272 Trabalhadores e 74 Gestores.

• Eletrobras Distribuição Roraima – 271 Trabalhadores e 48 Gestores.

• Eletrobras Distribuição Rondônia – 753 Trabalhadores e 94 Gestores.

• Eletrobras Distribuição Alagoas- 1.038 Trabalhadores e 102 Gestores.

• Eletrobras Distribuição Piauí – 1.172 Trabalhadores e 104 Gestores.

Ora, se a ordem é economizar, para que criar novos cargos dentro das empresas? Onde estava a Ministra do Planejamento, Miriam, e o Diretor do DEST, Murilo Barella? Por que ficaram omissos? Que fi m levou toda aquela valentia? Nem de longe pareciam aqueles arrogantes, desrespeitosos e mal educados que estiveram dando às cartas durante o processo de negociação da PLR ou do ACT dos trabalhadores. Quando se portavam de forma dura e inflexível, sempre colocando entraves ao processo. Deixando claro, principalmente a Ministra, de que quem mandava e decidia era Ela, até mais que a presidenta.

Não precisa ser um profundo conhecedor de administração para entender que se uma empresa não apresenta um lucro satisfatório, não será inchando seu quadro funcional, diga-se de passagem, com pessoas sem qualquer compromisso com o setor e a Holding, que se irá alcançar o retorno financeiro esperado. Pelo contrário, deveria se valorizar os trabalhadores que lá estão lutando há anos por melhorias.


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