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Estudo da entidade diz que metodologia precisa respeitar às condições de trabalho

A  FNU  vem  participando  ao  longo  dos  últimos  dois  anos  das  audiências  públicas  promovidas  pela  Aneel  sobre  a  revisão  tarifária. O  DIESSE  tem  subsidiado  sistematicamente  as  intervenções  da  entidade  nestes fóruns: agregando conhecimento  e  propostas  que  visem  proteger  os  postos  de  trabalho,  mas  principalmente  a  vida  dos  eletricitários  que  estão  expostos  na  execução  das suas tarefas diárias.

No mês de novembro  de 2013  o DIEESE, através da rede eletricitários,  elaborou  um  estudo  especi?co sobre a Nota Técnica  nº 452  da ANEEL  que trata  da metodologia aplicada para a  revisão tarifária. Nesse estudo,  considerou  fundamental  que  o  regulador  visualiza-se  um  terceiro  ator  na  regulação:  os  trabalhadores  do  setor.  Desse  modo,  foi  sugerido  que  o  conceito de e?ciência estabelecido  no  terceiro  ciclo  fosse  revisitado.  Pois,  são  inaceitáveis  os  argumentos  que  consideram  e?cientes  empresas  onde  se  observam  o  crescimento  do  número  de  acidentes  e  mortes de trabalhadores. Portanto,  além das restrições técnicas foi  apontado  pelo  DIEESE  que  é  preciso estabelecer outras restrições, para que a redução dos  custos  operacionais  não  seja  buscada a qualquer custo (vida  de trabalhadores) pelo concessionário.

A  Nota  Técnica  452  diz  que  a  e?ciência  de  fato  se  resume  àquelas  empresas  que  tem  custos  operacionais  menores,  principalmente  com  a  força  de  trabalho.  Diante  disto,  o  efeito  colateral  da  regulação  tem  sido  a  precarização  das  condições de trabalho, perceptível  na  avaliação  dos  indicadores  de  saúde  e  segurança  no  setor.  Presume-se,  nesse  caso,  que ao não se considerar como  fator  ambiental  as  condições  de  segurança  com  que  o  trabalho vem sendo realizado pelas concessionárias, a redução  de custos nessa área tem sido  considerada  pelo  regulador  como  ganhos  de  “e?ciência”  por parte das empresas.

O DIEESE em seu estudo avaliou  que,  mesmo  diante  das  contradições  das  normas  colocadas  pela  ANEEL,  existem  condições  estabelecidas  que  obrigam as distribuidoras a realizarem  o  acompanhamento  dos  indicadores  de  segurança  do  trabalho  das  suas  instalações.  Desse  modo  percebe-se  que  há  condições  para  que  a  regulação  considere  na  metodologia  um  aperfeiçoamento  nos indicadores de qualidade e  de e?ciência do setor.

Chega de mortes no setor elétrico.  Os  números  não  deixam  dúvidas: entre os trabalhadores  do  quadro  próprio  das  empresas do setor elétrico a taxa de  mortalidade chegou a 16,7 por  100.000. Já nas empresas terceirizadas,  essa  taxa  foi  ainda  muito maior, de 44,3 mortes em  cada 100.000 trabalhadores.

Nesse  mês  de  dezembro,  o  DIEESE  está  lançando  a  terceira  edição  do  Boletim  do  Setor  Elétrico.  Essa  edição  do  boletim  tem  como  tema  a  renovação  das  concessões  das  distribuidoras de energia, e seu  objetivo  é  tratar  dos  possíveis  efeitos dessa renovação sobre  os trabalhadores do setor elétrico que atuam nas concessões  no  segmento  de  distribuição,  que é justamente onde se concentra  a  maior  parte  da  força  de trabalho do setor.

Esse  estudo já está disponível no site do DIEESE:

http://www.dieese.org.br/estudosetorial/2013/boletimSetorEletricoN2.pdf


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