Em ato simbólico, mas de grande relevância, a classe trabalhadora eletricitária velou e enterrou com honras fúnebres a direção da Eletronorte, na manhã desta quinta-feira (28). Em vez de homenagens, a categoria protestou contra as arbitrariedades cometidas pela diretoria da empresa.

O caixão e as flores foram montados na entrada principal da Eletronorte. O Sindicato levou artista popular que encenou com bonecos de mamulengo a falta de compromisso da direção da empresa com a categoria. Antes do café da manhã, vários trabalhadores e trabalhadoras registraram inúmeras queixas.

A categoria reclama das implicações do registro de ponto; da falta de critérios para a destinação do benefício do mérito, bem como o pagamento retroativo a janeiro; do tratamento diferenciado em relação às regionais; do apadrinhamento político em cargos de confiança; da falta de transparência; dos processos disciplinares injustos; da falta de respeito a pluralidade de opiniões; da não comunicação entre trabalhadores; do fim das advertências a quem quer trabalhar; e pelo respeito à NR 10 e à prata da casa.

O Sindicato informou à categoria que entregará, na Casa Civil da Presidência da República, documento com todas as arbitrariedades cometidas pela Eletronorte. Também comunicou que o prazo do processo dos 5 níveis (RD 598/08) foi prorrogado para janeiro de 2014.

“Nova sede”

Os trabalhadores reclamaram, e muito, da sede própria da Eletronorte que não sai do papel. A empresa comprou, em 2008, área nobre na Asa Sul por R$ 59,6 milhões e até hoje não utiliza a área em benefício da categoria. Enquanto isso, a cada mês, são gastos R$ 2,38 milhões com o aluguel e condomínio dos blocos B, C e subsolo do Shopping ID, instalações que, inclusive, não atendem as exigências do Corpo de Bombeiros contra incêndio.

Após 67 meses da compra do imóvel que continua cedido gratuitamente à Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Eletronorte já gastou com aluguel e condomínio R$ 159,46 milhões.