Em nova audiência de conciliação realizada nesta quinta-feira (21), a CEB tentou aproveitar a mediação da presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para “empurrar” uma proposta muito abaixo do esperado pela categoria nesta data-base.

A empresa não avançou quanto ao piso dos operacionais, não ofereceu reposicionamento salarial em relação às outras carreiras, desistiu de incorporar os ACTs e insistiu em um abono igual ao do ano passado.

O Sindicato ainda tentou construir uma proposta que fosse possível de ser contemplada em assembleia da categoria, mas a empresa mostrou-se notadamente inflexível e intransigente.

Diante desta postura, não restou alternativa ao Sindicato e denunciar na audiência uma série de medidas antissindicais da direção da CEB que, no mínimo, contradizem o discurso fácil de que a “diretoria da Companhia respeita o Sindicato e está preocupada com a greve e com a população do Distrito Federal”.

Assim, ao tentar pressionar o Sindicato e impor uma proposta muito ruim para a categoria, “o tiro saiu pela culatra” e a CEB acabou sendo pressionada pela presidente do TRT e pelo procurador do trabalho – presente na audiência -, a responder as denúncias do STIU-DF.

O mais grave é que a empresa acabou admitindo a retenção dos salários e vales-alimentação dos trabalhadores grevistas, bem como a concessão de férias coletivas a um terço dos empregados de empreiteiras, que atuam em manutenção e emergência, exatamente no período da greve. A presidente do TRT deixou claro que levará isso em conta no julgamento do dissídio coletivo.

Para o Sindicato, esse novo revés reforça o quanto foi equivocada a estratégia adotada pela diretoria da empresa nesta Data-Base. A repressão policial, o interdito proibitório e a tentativa de acabar com a greve no TRT revelaram-se totalmente infrutíferas e sem efeito, já que não intimidaram a categoria no seu justo direito de lutar por melhores salários e benefícios no ACT. Já passou a hora da diretoria da CEB rever essa estratégia e apostar efetivamente na negociação, que é o único caminho possível para a solução desse conflito.

Uma nova assembleia está marcada para amanhã, às 9h, em frente ao portão principal da empresa. A participação de todos trabalhadores é fundamental para possamos avançar em nossa luta.