O estresse faz parte da rotina profissional de praticamente todos os operadores e operadoras do sistema elétrico brasileiro. A conclusão foi feita no estudo “Riscos Observados”, realizado pela psicóloga Elisa Ferreira e apresentado no VII Encontro Nacional dos Operadores do Sistema Elétrico, realizado na sexta-feira passada (24) no Interlegis (Senado Federal).

Segundo a pesquisadora, a pressão para que não se cometa erros, a carga horária elevada de até 15 horas, mais exacerbada concentração no sistema interligado foram os principais pontos identificados que resultaram em estresse nos trabalhadores.

Elisa citou alguns relatos de operadores entrevistados para identificar os casos que resultaram em estresse. Um deles disse que até pra ir ao banheiro precisa estar atento ao monitoramento do sistema, seja por rádio ou telefone. Destacou que alguns deles, mesmo estando de folga, precisam estar com o telefone ligado em caso de emergência. Ouviu ainda que há casos de operadores que são colocados em subestações sem ao menos conhecer o ambiente de trabalho.

Outro ponto identificado na pesquisa foi o não envolvimento do trabalhador no planejamento do trabalho. De acordo com a pesquisa, o operador não é chamado para ser ouvido sobre a estrutura, nem no manejo da atividade profissional. “Planejar essa atividade é muito importante por isso é fundamental que os operadores estejam presentes”, disse Elisa.