Trabalhadores e trabalhadoras urbanitários de vários estados realizaram nesta quarta-feira (20), na Esplanada dos Ministérios, ato contra a privatização da água. A manifestação contou com a participação de diversos movimentos sociais, que entoaram o grito de guerra “água e energia, não são mercadoria”.

Os manifestantes se concentraram em frente à Catedral. Em seguida, caminharam pela Esplanada reivindicando a não privatização do saneamento. Depois pararam em frente ao Congresso Nacional e protestaram contra a intenção do governo federal de patrocinar essa iniciativa.

Governos estaduais de várias unidades da federação estão fazendo Parceria Público Privado (PPP) para o saneamento. A classe trabalhadora urbanitária e movimentos sociais avaliam que as PPPs tratam, na verdade, da privatização da água, o que é muito prejudicial para os trabalhadores. Isso porque o que está em jogo é o emprego da categoria. E a médio prazo o encarecimento do custo da água, como aconteceu em vários países.

“Na França houve um processo de reestatização do saneamento porque a privatização se mostrou ineficiente e prejudicial à população daquele país”, destacou Alexania, do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB).

Para o presidente da Federação Nacional dos Urbanitários, Franklin Moreira, não há nenhuma possibilidade de as PPPs defenderem o interesse público e social se a água for privatizada. “O que vai valer, se isso acontecer, é o interesse do lucro e do mercado”, aponta.

O diretor do STIU-DF, Jeová de Oliveira, parabenizou a participação de sindicatos dos urbanitários de vários estados e também dos movimentos sociais. “A vinda desses trabalhadores a Brasília mostra que os urbanitários têm a sua força e não vão esmorecer frente a essa luta. O governo federal, o Congresso Nacional e os governos estaduais precisam entender que essa categoria tem o seu valor e continuará mobilizada toda vez que se sentir prejudicada”, disse.