O Brasil cresce, amplia o número de empregos, mas não consegue resolver em velho problema: a rotatividade da mão de obra. Para se ter ideia da troca de emprego, basta dizer que, no período de um ano, 62,82% dos trabalhadores na informalidade trocaram de trabalho.

No setor formal, a rotatividade está em 17,47%. Este índice já foi maior, entre 2002 e 2003 ele era de 22,09%.

A rotatividade não fica restrita ao setor privado, ela também é grande no serviço público (federal, estaduais, municipais e militares): 20,77% ao ano.

Esses dados constam de um estudo inédito do Centro de Estudos Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), repercutido neste domingo (15) pelo jornal O Globo (matéria de capa do caderno Economia – página 33).

O estudo aponta, ainda, que a rotatividade é maior entre os menos qualificados. Segundo especialistas ouvidos pelo jornal, o empregador não tem interesse em investir no trabalhador com baixa qualificação.

Já o trabalhador mais qualificado tende a se manter por tempo maior no emprego. Neste caso, a rotatividade cai de 17,47% para 12,56%, quando o funcionário tem mais de 12 anos de estudos.

Convenção 158
A alta rotatividade, que é um problema estrutural nas relações capital-trabalho no Brasil, coloca em destaque, mais uma vez, a necessidade da ratificação da Convenção 158, da OIT, que obriga a empresa a justificar cada ruptura de contrato de trabalho.

Mensagem presidencial que trata deste assunto está em discussão na Comissão de Trabalho da Câmara sob a relatoria do deputado Sabino Castelo Branco (PTB/AM), que ofereceu parecer favorável à matéria.

Agenda sindical no Congresso
A ratificação, pelo Brasil, da Convenção 158, da OIT, faz parte da agenda do movimento sindical no Congresso Nacional, que hoje é composto por outras cinco proposições em debate no Legislativo federal.

A agenda foi apelidade de “pauta trabalhista” e deverá ser novamente colocada em evidência na próxima legislatura do Congresso.

(Fonte: Agência DIAP com Agência Sindical)