No debate entre os candidatos ao governo do DF, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de o esquema de corrupção denunciado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, ter começado em seu governo. O confronto direto entre Roriz e seu principal oponente, Agnelo Queiroz (PT), foi outro ponto alto do quarto bloco do programa realizado pela TV Bandeirantes na noite desta quinta-feira (12/8).

Em resposta à pergunta do jornalista André Giusti , Roriz disse: “Eu não posso afirmar. Pode até ser que (o esquema de corrupção) tenha começado no meu governo. Mas eu não conhecia essas práticas. Eu decidi por muitos auxiliares que eu conhecia por meio de currículo. Confiei em um secretário que virou governador. Mas a máscara caiu”.

Condomínios
Na primeira pergunta do bloco, o jornalista Flávio Lara Rezende perguntou a Toninho do PSol se ele iria regularizar ou derrubar as construções em áreas nobres de Brasília. O socialista optou pela regularização. “Os que usaram de má fé devem responder na Justiça por seus atos. Os que compraram de boa fé, pagaram seus impostos, devem ter a segurança garantida”, respondeu.

Escolhido para comentar a resposta, Agnelo Queiroz (PT) disse que, primeiramente, é preciso impedir o parcelamento irregular de terras no DF. No entanto, defendeu a legalização dos condomínios e atacou o candidato do PSC. “A responsabilidade de Roriz é muito grande com esse tipo de crime (parcelamento irregular de terras)”, destacou.

Citado, Joaquim Roriz obteve direito de resposta. O ex-governador disse que o erro foi da Novacap, que, na época da criação de Brasília, desapropriou e não pagou os verdadeiros proprietários das terras. Toninho do PSol, escolhido para comentar a resposta de Agnelo, aproveitou a oportunidade e criticou Roriz. Eu tenho que entrar no debate dando nome aos bois. Roriz foi governador por quatro vezes. Então, ele é o verdadeiro responsável por essa balbúrdia no DF”, atacou.

Alianças
A segunda questão do bloco partiu do jornalista Cláudio Humberto. Ele perguntou para Agnelo Queiroz em que medida ficaria refém do PT e se seria ele ou o partido a governar o DF. O comunicador escolheu Toninho (PSol) para comentar.

Agnelo disse que vai conduzir “a grande aliança em torno do PT” e destacou: “Eu serei o governador”. Afirmou ter orgulho de ser do mesmo partido do presidente Lula, que o partido amadureceu e está assumindo a responsabilidade de mudar a política no DF.

Toninho divergiu. Disse que Agnelo não será refém só do PT, mas também do PMDB de Tadeu Felippelli. “Não vai ser tarefa fácil, viu Agnelo?”, provocou o socialista. Agnelo disse ter certeza que seria justamente o contrário.

O jornalista Flávio Lara Rezende perguntou ao candidato Eduardo Brandão (PV) sobre a relação com a Câmara Legislativa. Segundo o ambientalista, qualquer governador que venha a ser eleito no DF tem que acabar com as práticas “promíscuas” entre o Executivo e o Legislativo.

O comentário ficou por conta de Joaquim Roriz. “Você não tem que interferir, já que a Câmara é um poder independente”, simplificou. Brandão, no entanto, disse que essa não é a história que se vê desde a criação da CLDF e defendeu uma reforma política.

(Fonte: Gabriela Lima, Correio Braziliense)