Na conta de telefone dá para ver direitinho quanto tempo durou cada ligação. Já a conta de luz não mostra quanto foi gasto em cada aparelho ou tomada, mostra apenas a quantidade total de quilowatts gastos e o valor a ser pago. Desse jeito, não dá para saber se a companhia elétrica cobrou o preço certo e nem em que equipamentos deve-se economizar mais. Para acabar com esse problema ex-alunos da Universidade de Brasília (UnB) criaram a Eco2Box, equipamento que mede o gasto de energia em cada tomada da casa. Quando sincronizado com um computador por uma conexão wireless, o equipamento mostra os gastos em tempo real.

“O principal benefício é ver como a energia elétrica está sendo consumida. É útil tanto para consumidores nos lares, quanto para empresas. Sabendo como a energia é gasta, as pessoas descobrem em que podem economizar”, explica Roberto Braga, um dos quatro criadores da Eco2Box. Roberto e os outros criadores (foto abaixo) são ex-alunos de Engenharia de Redes da UnB. Juntos eles fundaram a empresa de tecnologia IPe, que fica incubada no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT/UnB).

O efeito de um banho demorado, de uma noite passada com luz e TV acesas são imediatamente acessados. Os gráficos são simples e demonstram, por exemplo, quantas árvores teriam que ser replantadas para compensar aquele gasto energético. A Eco2Box mostra o valor em dinheiro gasto no equipamento elétrico e aponta quando há problemas e desperdícios. Os gráficos também poderão ser acessados por dispositivo de celular, ainda em desenvolvimento.

IPe/Divulgação
sonobrrasilA ideia surgiu em 2008, quando os fundadores da IPe participaram da Imagine Cup (em português, Copa da Imaginação), uma competição da Microsoft em que foram semi-finalistas mundiais. Depois do resultado, resolveram colocar o projeto em prática. O produto está em fase de testes laboratoriais desde janeiro do ano passado. De lá para cá, os quatro empreendedores receberam auxílio do CNPq – que paga o salário de uma equipe de seis pessoas para auxiliar na fabricação e nos testes – e da Visum – uma empresa de fabricação de hardware do Paraná, que pretende fazer a produção da Eco2Box em larga escala no futuro.

O produto ainda está em teste: “Trabalhamos no momento com uma versão maior, um protótipo, para testar. Os resultados estão de acordo com o esperado”. A previsão é que cada aparelho para tomada custe R$80 e que um kit com uma central mais plugues medidores para três tomadas saia por cerca de R$300.

Os planos dos empresários da IPe é que, a partir de julho, eles comecem a fazer as vendas do produto por um site e na própria empresa. Para o futuro, eles planejam produzir e distribuir em larga escala, o que poderia baratear o preço do Eco2Box. Convênios com distribuidoras de energia também são analisados. Para mais informações, entre em contato pelo site www.ipetic.com.br.

(Correio Braziliense, 7.05.12)