Os problemas de gestão da Companhia Energética de Brasília (CEB) e as consequentes interrupções no fornecimento de energia no Distrito Federal foram discuridos na tarde desta quinta-feira (26) em Comissão Geral no plenário da Câmara Legislativa. A iniciativa foi do deputado Chico Vigilante(PT). 

De acordo com o presidente da estatal, Rubem Fonseca, a CEB voltará a dar lucro em maio, após meses de prejuízos e dívidas acumuladas nos últimos anos em que houve “um desmantelamento para a privatização da empresa”. A expectativa da direção da CEB é que com a mellhoria da situação financeira da empresa possa investir numa distribuição mais eficaz de energia elétrica, evitando assim a continuidade das interrupções no fornecimento.

Vigilante pediu ao presidente da CEB para que mostrasse a “situação caótica” em que se encontrava a empresa quando a nova direção assumiu a empresa no início de 2011. “Temos que saber o que está acontecendo e o que tem sido feito para que a CEB volte a ser uma companhia de ponta. Sabemos que os investimentos só vão aonde há energia”, afirmou.

Rubem Fonseca abriu seu discurso com a descrição de um cenário negativo: R$ 867 milhões em dívidas, falta de recolhimento de ICMS, três meses de atraso no pagamento de fornecedores, empresa mais multada no Brasil, funcionários desmotivados e quadro reduzido de pessoal. “O governo resolveu recuperar a empresa para garantir o interesse nacional e estratégico de ter energia de melhor qualidade na capital”, ressaltou o presidente da CEB.

Em um processo que levou mais de um ano, a empresa voltou a cobrar dos órgãos de governo, renegociou dívidas, está renovando a frota de veículos e voltou a recolher cerca de R$ 40 milhões mensais de ICMS e vai anunciar lucro no mês de maio, após anos de prejuízos. “Conseguimos o aval técnico do BNDES para financiar nossas dívidas. Tivemos que mostrar serviço para recuperar a credibilidade e retomar os investimentos”, explicou o

Queda de Energia – O diretor do Sindicato dos Urbanitários do DF (STIU), Jeová Pereira, explicou a razão de tantas interrupções no fornecimento de energia no Distrito Federal. Pereira disse que a opção da CEB por investir em geração de energia em detrimento da distribuição explica os problemas enfrentados atualmente. A culpa, de acordo com o sindicalista, foi do investimento em Corumbá IV.

“Foi usado dinheiro da CEB Distribuição, o que deixou e empresa endividada. Hoje a energia gerada em Corumbá IV é 30% acima do preço de mercado e sua água é não é captada para uso no DF”, explicou.

O deputado Siqueira Campos (PSC), por sua vez, elogiou o trabalho da nova presidência “Se já foi feito muito com poucos recursos, espero grandes transformações agora que teremos recursos disponíveis”, afirmou o distrital. Já Eliana Pedrosa (PSD) parabenizou a presidência da CEB por sanear a empresa e por trazer informações importantes para que os parlamentares possam se posicionar sobre os investimentos em energia no DF.

(Bruno Sodré de Morae, Coordenadoria de Comunicação Social da CLDF, 26.04.12)