Na análise do sociólogo Antônio Testa, da Universidade de Brasília (UnB), a desigualdade que predomina no Distrito Federal é a sofrida por pessoas em situação de pobreza, independentemente de serem negros. “Brasília é uma ilha que só atende à classe média. Se tiver negros com boa preparação educacional, eles conseguirão trabalho. A desigualdade é muito mais pela falta de mercado para todos trabalharem do que pela cor da pele”, afirma o especialista.
A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) foi a responsável pela realização da pesquisa. De acordo com a presidente Ivelise Longhi, o fato de ter mais pessoas negras em situação de pobreza, com menos acesso a educação e altos salários, revela a ausência de políticas públicas para atender essa parcela da população.
“Percebemos, com base nos dados, que ainda há discriminação no DF. São índices altíssimos dentro das classes mais baixas. Quanto maior a renda, menor é o percentual de negros que têm acesso. O que falta é uma oportunidade para eles”, pontua Longhi.
(Jornal de Brasília, 27.03.12)
