À primeira vista e com o IPVA para pagar, motoristas enxergam com maus olhos a nova inspeção veicular para controlar a emissão de gases poluentes e barulho em carros, motos e os demais transportes motorizados das ruas. Especialmente pela taxa cobrada, que será de R$ 70 a R$ 100, sem contar com o gasto com a manutenção preventiva para evitar que o veículo seja barrado no dia da inspeção. Uma visão que o Poder Público e especialistas esperam reverter nos próximos meses. Na perspectiva deles, a inciativa trará consequências benéficas não apenas ao trânsito, mas diretamente à saúde da população.
“A poluição veicular representa de 30% a 40% da construção das doenças mais graves, que são as cardiovasculares (do coração) e o câncer”, apontou o subsecretário de Saúde Ambiental, Luis Maranhão. Na sequência desse pensamento, ele comentou que estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que o câncer é uma doença com diversas causas. O principal componente é a poluição ambiental, que em grande parte é alimentada por veículos. Quebrando um pensamento popular, Maranhão contou que o último fator apontado pelo estudo é a herança genética.
“E estamos vendo cada vez mais casos de câncer. São líderes de Estado e artistas”, emendou. Para o subsecretário, a inspeção é fundamental, pois os carros se desregulam facilmente com o simples uso. No caso de automóveis 1.0, pesquisas revelam que já estão desregulados com apenas dois anos de rodagem. E como no Brasil grande parte da população conseguiu avançar economicamente nos últimos anos, é fácil notar que cada vez mais o brasileiro, não apenas do DF, não está pensando duas vezes antes de adquirir um novo veículo. E, de carro em carro desregulado, a poluição se torna mais nociva à saúde alheia.
(Francisco Dutra, Jornal de Brasília, 18.03.12)
