A partir de 1.º de março o brasiliense vai pagar mais caro pela água. O reajuste proposto pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa), que será submetido a audiência pública nesta sexta-feira, é de 7,16%, índice acima da inflação. Isso porque além da reposição inflacionária, equivalente ao período de 12 meses desde o último reajuste (6,50%), o aumento repassa ao bolso do consumidor o gasto da Caesb com o pagamento do bônus de desconto para aqueles que economizaram água. Ou seja, os próprios consumidores vão pagar pelo benefício, concedido pela primeira vez no ano passado.
Em 2011, a estatal do GDF pagou R$ 6,5 milhões em bônus para os consumidores que reduziram em pelo menos 20% o consumo de água. O valor, agora, vai representar um aumento de 0,66% na tarifa. Questionada sobre o repasse, a Adasa informou que qualquer pessoa que não concorde com o cálculo pode se manifestar durante a audiência, que será realizada no auditório da agência, que funciona na antiga Rodoferroviária. Porém, nota técnica emitida pelo órgão destaca que o repasse do bônus tem “o objetivo de preservar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão.”

Para justificar o repasse, o diretor de Engenharia e Meio  Ambiente da Caesb, Cristiano Magalhães Pinho, afirma que o bônus não comporta custos que a concessionária tem com o fornecimento. “O custo que temos para conservar o hidrômetro, fazer a leitura do consumo, dar manutenção na rede e disponibilizar o que é ofertado não diminui em função da redução de consumo. O que nós buscamos é uma equação que também não prejudique as contas da empresa”, detalha.

A redução no consumo observada foi de 18.970.917 metros cúbicos. Esta economia gerou um bônus-desconto de 3.794.183 metros cúbicos, correspondendo a R$ 6,5 milhões, que foram devolvidos aos consumidores em até 12 meses em suas faturas de água. Segundo os dados da Caesb, dos cerca de 600 mil consumidores no DF, o item “residência” foi responsável por 84,2% da economia, o “comercial” 14,6% e o “industrial” 1,2%.

(Bruna Sensêve, Jornal de Brasília, 8.02.12)