Um grupo que tem fome de consumo e foi decisivo para o Brasil driblar a crise internacional pode agora decidir a eleição presidencial: a classe C, uma nova classe média brasileira que equivale a pouco mais da metade da população – e que recentemente se transformou no setor de maior poder econômico (a sua renda supera a das classe A e B, juntas).

É o que mostra a reportagem de José Meirelles Passos na edição do O Globo deste domingo (8).

O voto da classe C será preponderante, se não decisivo – sugere um recente estudo feito pelo Centro de Políticas Sociais (CPS), da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, informando que o eleitor mediano, “isto é, aquele que decide os pleitos eleitorais”, está concentrado naquela faixa.

– A classe C seria capaz de eleger sozinha um candidato já no primeiro turno -, afirma o Atlas do Bolso dos Brasileiros, que contém o perfil dessa categoria, traçado por uma equipe liderada por Marcelo Neri, economista-chefe do CPS:

– Ela tem hoje essa capacidade. Se agisse como um bloco homogêneo definiria o pleito logo no primeiro turno – ressaltou Neri, deixando implícito que, embora consciente de seu poder de compra, a classe C pode ainda não ter percebido a força de seu poder político.

(Fonte: O Globo, 8.08.10)