Quatrocentas e cinquenta escolas do ensino médio de seis estados começam na semana que vem a ministrar o conteúdo de educação financeira durante aulas de disciplinas como matemática, português e história.

A iniciativa representa o primeiro passo do projeto piloto do Programa Educação Financeira nas Escolas, elaborado em conjunto por Banco Central (BC), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar.

O projeto é realizado em parceira com o ministério da Educação, o Instituto Unibanco, a BM&FBovespa e o Banco Mundial. A educação financeira não será apresentada aos alunos como uma disciplina separada, condição imposta pelo ministério para apoiar a iniciativa.

Serão beneficiados alunos do segundo ano do ensino médio das redes estaduais, que participarão de um processo de 18 meses dividido em três módulos semestrais. Haverá avaliações comparadas ao desempenho de estudantes de outras 450 instituições de ensino estaduais que não vão ter a matéria em suas aulas.

O superintendente de proteção e orientação a investidores da CVM, José Alexandre Vasco, afirmou que o objetivo não é promover produtos do mercado financeiro, mas garantir condições para que os alunos e suas famílias – haverá “workshops” com pais de estudantes – apresentem melhoras na gestão de recursos, proporcionando mais poupança e planejamento de longo prazo.

Para Vasco, é importante mostrar que a educação financeira é uma questão ligada não apenas à matemática, mas a diversas disciplinas e situações cotidianas das famílias. “Na capacitação, muitas escolas mandaram professores de matemática, e aos poucos mudamos esse determinismo”, disse Vanderson Berbat, representante do Instituto Unibanco.

A BM&FBovespa estima que a avaliação dos primeiros dois módulos – de agosto deste ano a julho de 2011 – custará cerca de R$ 1 milhão, parte bancada pela própria bolsa, parte pelo Banco Mundial.

As avaliações serão conduzidas pelo Banco Mundial e pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed), da Universidade Federal de Juiz de Fora.

A expectativa é desenvolver, para aplicação a partir do segundo semestre do ano que vem, uma estrutura de ensino da educação financeira para crianças do ensino fundamental, afirmou a gerente dos programas de popularização da bolsa, Patrícia Quadros.

“Neste mês, já devemos ter a diretriz desse material para o ensino fundamental”, acrescentou.

(Fonte: Rafael Rosas, Valor Econômico)