Após o passeio, o governador ressaltou seu compromisso de construir até 2014 600km de ciclovias, além de executar obras que melhorem a mobilidade urbana por todo o DF e incentivem a população a utilizar o transporte coletivo. “A primeira coisa a se fazer é criar a consciência nas pessoas, para que usem o transporte coletivo, que é o nosso grande objetivo e não é uma realidade hoje. Depois o uso dos transportes não motorizados, como a bicicleta, que faz parte de uma política que vamos adotar”, declarou Agnelo Queiroz.
O governador assegurou que os ciclistas terão condições de circular com segurança pelo Distrito Federal. “Vamos realizar a construção das ciclovias, para dar segurança às pessoas que usam bicicletas. Faremos 600 quilômetros até 2014, além de instalar bicicletários nos terminais de metrô e escolas. Estimularemos as empresas a fazerem o mesmo para incentivar seus funcionários a usar bicicletas”, detalhou Agnelo Queiroz. “Vamos começar separando vias exclusivas para o lazer, justamente para criar um ambiente e a consciência do uso de bicicletas, e posteriormente as ciclovias”, anunciou o governador.
Segundo o embaixador da Holanda, Kees Pieter Redi, em seu país é comum o uso de bicicletas por grande parte da população, especialmente os estudantes. “Queremos fazer o mesmo no Brasil e conscientizar a população a usar a bicicleta não só para o lazer, mas para ir ao trabalho. Temos que buscar soluções inteligentes para a infraestrutura do transporte. Felizmente, o Governo do Distrito Federal está apoiando”, declarou Kees Redi.
A programação do GDF para o Dia Mundial sem Carro incluiu passeios ciclísticos, seminários, exposições, blitz educativa e outras atividades que integram a Semana do Trânsito no Distrito Federal, realizada por diversas Secretarias e órgãos do GDF.
Para facilitar o trânsito do brasiliense que trocou o carro por bicicleta nesta quinta-feira, foi separada uma faixa exclusiva para a circulação de veículos não motorizados entre a Rodoviária do Plano Piloto e o Congresso Nacional. Durante todo o dia haverá diversas atividades no local, como campanhas educativas do Detran-DF, teatro, música e a disponibilização de uma frota de bicicletas para que o cidadão brasiliense possa experimentar como é se locomover de bicicleta pela cidade.
Desde 26 de agosto, com a publicação do Decreto nº 33.158, o DF conta com um Comitê Gestor da Política de Mobilidade Urbana por Bicicletas.
Dia Mundial sem Carro
O Dia Mundial sem Carro foi celebrado pela primeira vez em 1998, em 35 cidades francesas. Com o passar dos anos a mobilização se ampliou por diversos países europeus e de outros continentes. No Brasil, comemora-se o Dia Mundial sem Carro desde 2001 e a cada ano vem crescendo o número de adesões.
O objetivo principal desta data é fazer um exercício de reflexão sobre a dependência e o uso irracional dos automóveis, fazendo com que as pessoas pensem um pouco sobre o estilo de vida que levam e sobre a possibilidade de reduzir o uso do carro ou mesmo substituí-lo por outro meio de transporte.
(Agência Brasília, 22.09.11)
Brasiliense não aderiu o Dia sem carro
Encarar o transporte público do Distrito Federal é um desafio diário para quem depende do sistema. Pensar em deixar o carro em casa, então, é tarefa árdua diante das poucas opções para a população. A Companhia do Metropolitano (Metrô) funciona, no entanto a capacidade já é a máxima quando comparada à demanda. O sistema de ônibus trabalha com a frota acima da idade de uso e de forma desarticulada em relação aos horários. Quando a solução parece estar na garagem de casa, a falta de ciclovias impede que o trabalhador utilize a bicicleta para o dia a dia. Sem boas opções, o jeito é pegar o carro e os engarrafamentos quilométricos são mais um obstáculo para o motorista do DF.
A frota já é superior a um milhão de carros, o que significa um crescimento de mais de 113%, em 11 anos. Em média, o motorista gasta, nos horários de pico, duas horas para ir e voltar do trabalho. Segundo o especialista em trânsito Artur Morais, um total de 23 dias por ano são perdidos dentro de um carro. De acordo com a programação da Semana da Mobilidade no DF, ontem era o dia de deixar o carro em casa. Entretanto, a população preferiu o automóvel. Houve engarrafamento em vários pontos da cidade “Para deixar o carro em casa é preciso que o transporte público funcione e tenha qualidade”, ressalta Morais.
Para otimizar o serviço, o GDF afirma que está tomando medidas quanto aos sistemas. Segundo o diretor-geral do Transporte Urbano do DF (DFTrans), Marco Antônio Campanella, nas próximas semanas será licitado o Sistema de Transporte Público, que dará vazão a projetos como a bilhetagem eletrônica e o sistema de informação ao usuário, além do monitoramento da frota. A média de bilhetagem eletrônica hoje está 12% abaixo das grandes metrópoles. “Estamos com apenas 53% da frota com bilhetagem. Precisamos monitorar para melhorar a questão dos horários. É quase uma loteria esperar um ônibus e, com a informação ao passageiro, ele poderá ir à parada somente quando ele for passar”.
(Camila Costa, Jornal de Brasília)
