O Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF) manifesta repúdio diante da gravíssima denúncia de espionagem promovida pela chamada Abin paralela, instalada durante o governo Bolsonaro. Entre os alvos desse esquema ilegal, constam dirigentes sindicais que, em sua atuação legítima e democrática, se posicionaram contra a privatização da Eletrobras, alertando a sociedade sobre os riscos dessa medida para a soberania e a segurança energética do Brasil, além dos impactos diretos para os trabalhadores e trabalhadoras da empresa.

É inaceitável que um governo, em vez de dialogar com a sociedade e com suas representações, tenha optado por instaurar um aparato de vigilância contra quem se organizava para defender o interesse público. A espionagem contra lideranças sindicais não atinge apenas suas vidas pessoais e familiares, mas representa um ataque direto à liberdade sindical, um direito fundamental garantido pela Constituição e por convenções internacionais das quais o Brasil é signatário.

A atuação sindical é parte essencial do funcionamento de uma democracia. Investigar, perseguir ou monitorar sindicalistas por se oporem a decisões governamentais não é apenas autoritário, é criminoso. Se hoje temos conhecimento de alguns nomes que foram vigiados, nos perguntamos: quantos mais estiveram sob esse monitoramento ilegal? Que tipo de Estado se constrói quando sindicatos são tratados como inimigos?

O STIU-DF se solidariza com os dirigentes, com suas famílias e com as entidades sindicais atingidas. Reafirmamos nosso compromisso com a defesa da democracia, da soberania nacional e do direito das organizações sindicais de se posicionarem e lutarem em defesa da classe trabalhadora e do povo brasileiro.

Liberdade sindical não se negocia.