Mesmo com seis quedas mensais no ano, o número de contratos de crédito consignado feitos por beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social aumentou 3% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ministério da Previdência Social registrou 6,6 milhões de negociações entre janeiro e julho.

Em valores monetários, os aposentados e pensionistas contrataram com as instituições financeiras R$ 16,9 bilhões nos primeiros sete meses. O resultado é 6,6% superior ao montante acumulado no ano passado, de R$ 15,9 bilhões, informou a Pasta.

O crédito consignado é a modalidade de empréstimo mais interessante para os aposentados e pensionistas, afirmou o especialista em finanças pessoais André Massaro. “As taxas de juros são as mais baixas oferecidas pelos bancos”, explicou.

Massaro disse que a modalidade é a mais barata porque as instituições financeiras têm baixo risco de inadimplência. “As parcelas são descontadas direto na renda do contratante, o que diminui as chances de calote”, destacou.

No boletim de operações de crédito do Banco Central, a média dos juros do consignado em julho era de 2,07% ao mês. No mesmo período, o crédito pessoal custava, em média, 3,36%.

EMERGÊNCIAS – Massaro orientou que os aposentados e pensionistas considerem o consignado como forma de empréstimo de emergência, para pagar imprevistos como problemas de saúde e tratamentos no caso de acidente na família.

Isso porque o consignado tem limite. O contratante não pode emprestar montante cujas parcelas superem 30% da renda líquida mensal. “Se ele precisar, e já tiver um consignado neste patamar, não consegue outro”, disse Massaro.

SUBSTITUIÇÃO – Mas a modalidade também é considerada como substitutiva, para que os consumidores troquem dívidas mais caras. Por exemplo, se o contratante deve no cheque especial, cujos juros giravam em torno de 9% em julho, segundo o BC, o consignado seria alternativa para liquidar a dívida por ser sete pontos percentuais mais barato. Essa diferença gera grande desconto na soma das parcelas.

CARTÃO – Os aposentados e pensionistas também têm acesso a este empréstimo por meio de cartão de crédito. Mas nesta linha, o limite é de parcelas comprometendo, no máximo, 20% da renda líquida mensal.

Mas o resultado desses empréstimos, pelo plástico, foi negativo neste ano. Entre janeiro e julho, foram 42.120 transações, contra 99.016 no mesmo período do ano passado, o que representou decréscimo de 57,4%.

Em valores monetários o recuo atingiu 54,7%. Entre janeiro e julho de 2010, os beneficiários contrataram por meio do cartão R$ 59 milhões. Neste ano, em igual período, foram apenas R$ 26,7 milhões.

As concessões de consignados por meio de empréstimos pessoais, não vinculadas ao cartão de crédito, representaram quase a totalidade das transações dos primeiros sete meses. Foram R$ 16,95 milhões, ou seja, 99,8% do total.

JULHO – O Ministério da Previdência registrou no mês passado R$ 2,16 bilhões em contratos de crédito consignado aos seus beneficiários. Deste montante, os aposentados e pensionistas que recebem até R$ 545 contrataram a maior fatia (R$ 870 milhões). O grupo com renda entre um e três salários-mínimos contratou R$ 651 milhões. E as operações dos segurados que recebem mais de R$ 1.635 somaram R$ 644 milhões. A liquidação da dívida entre 49 e 60 parcelas foi a mais escolhida. Foram 591.881 operações no mês, somando R$ 1,8 bilhões emprestados.

(Pedro Souza, Diário do Grande ABC)