Reprodução Fisenge.

Na última sexta-feira (2/2), a UNI Américas – braço continental da UNI Global Union, o sindicato global do setor de serviços que representa mais de 20 milhões de trabalhadores do mundo – oficiou o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) sobre a suspensão arbitrária do engenheiro e dirigente sindical Agamenon Oliveira de suas atividades laborais após 50 anos de carreira reconhecida nacional e internacionalmente no setor elétrico. O CEPEL faz parte do grupo Eletrobras, empresa privatizada no governo anterior.

Agamenon Oliveira é um dos fundadores da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros) e da UNI Global Union, tendo extensa história na construção destas entidades.
“Foi com enorme surpresa que recebemos a notícia de que o Dr. Agamenon teve seu contrato de trabalho suspenso junto à CEPEL, por uma suposta e subjetiva (até se demonstre, com evidências palpáveis os fatos) intimidação à pessoas durante o exercício do trabalho do dirigente sindical executivo Agamenon Oliveira, que buscava mais informações sobre a demissão de uma bibliotecária, onde o citado Agamenon apontou uma seria de irregularidades no processo demissional da trabalhadora, que, segundo nos consta, se encontra em processo de reintegração. Recebemos a denúncia sobre os procedimentos da CEPEL no começo de janeiro e demos então início a um processo de levantamento de informações, que nos levou à preparação e envio desta”, diz trecho do ofício.
De acordo com o engenheiro e o presidente da Fisenge, Roberto Freire, esta atitude do CEPEL é lamentável diante de uma trajetória ilibada e comprometida com a luta dos trabalhadores e o setor elétrico. “Estamos solidários com o nosso companheiro Agamenon e não toleraremos quaisquer práticas antissindicais”, disse.

Após a apuração das informações, foi constatado que Agamenon não teve direito de ser ouvido. “O histórico profissional, acadêmico e sindical de Agamenon Oliveira dá, a ele, no mínimo o direito a ser ouvido, o direito à dúvida e à presunção de inocência e, através dessa, solicitamos que esses direitos lhe sejam oferecidos prontamente. Estamos seguros de que se trata no mínimo de um mal-entendido e a boa governança saberá, sabiamente, dar o trato correto ao Sr. Agamenon. As tensões advindas de quaisquer outros processos que levam a processos de transição e que envolvem relações sindicais e recursos humanos de qualquer organização não podem ser motivo de comportamentos, corporativos ou pessoais, antissindicais. A UNI Global Union e por extensão, a UNI Américas, defende o mais profundo diálogo social entre empresas, organizações à elas ligadas e as organizações representativas das trabalhadoras e trabalhadoras, mesmo em seus momentos mais agudos de desentendimentos entre as partes”, sugere a UNI Américas.

Por Fisenge – publicado em 05 de fevereiro de 2024.