Com relação ao ano passado, banco prevê uma expansão de 25% nas liberações para energia elétrica 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social prevê desembolsos de R$ 15 bilhões em financiamentos diretos para o setor elétrico até o fim deste ano. Nestes valores estão incluídos entre 50 a 60 projetos. O superintendente da Área de Infraestrutura, Nelson Siffert, destacou que entre eles estão 15 eólicas, 15 projetos de geração hídrica e outros 15 ligados à distribuição. Com relação ao ano passado, ele enfatizou que deverá ocorrer um crescimento de 25%.

A área recebeu no primeiro semestre R$ 4,672 bilhões, 8% menos que no mesmo período do ano passado. Em 12 meses, os desembolsos chegam a R$ 13,167 bilhões. As aprovações no primeiro semestre acumulam R$ 7,635 bilhões, com alta de 10%. Em 12 meses, as aprovações para o setor somam R$ 19,879 bilhões.

Siffert adiantou também que o banco prepara um financiamento no modelo Project Finance para os leilões A-3 e de Energia de Reserva que acontecem nos dias 17 e 18 de agosto. Segundo o superintendente, o prazo de pagamento é de 16 anos, mas pode chegar a até 20 anos, porque o início desse período de pagamento só começa a contar após a implementação da usina.

Os dados foram divulgados durante entrevista coletiva de apresentação do desempenho no primeiro semestre do ano, nesta sexta-feira, 12 de agosto, na sede do banco, no Rio de Janeiro. Siffert falou que o BNDES está bastante otimista com o setor para o restante do ano e diz que hoje há um ambiente propício para apostar em um crescimento nos desembolsos pelos próximos três anos e ressaltou que os projetos eólicos têm se destacado bastante com relação aos demais.

“Hoje o Brasil tem mais de sete fornecedores de aerogeradores, o que permite uma maior competição. Esses projetos de geração eólica estão se dando não só no litoral do Nordeste e na região Sul, mas também no interior do país, na região semi-árido. Isso é importante porque abre a perspectiva de oportunidades de investimentos naquela região”, disse.

O balanço semestral apresentado pelo BNDES mostrou que os financiamentos para energias renováveis foram os únicos a crescer nas operações diretas do banco relativas ao seis primeiros meses do ano. Essas operações consideram apenas crédito direto do banco para projetos de infraestrutura avaliados a partir de R$ 10 milhões. Os renováveis registraram um avanço de 22% nos desembolsos dessa modalidade de operação, ao atingirem R$ 1,47 bilhão nos seis primeiros meses deste ano contra R$ 1,20 bilhão em igual período do ano passado. Em aprovações, as energias renováveis apresentaram um salto ainda maior: 393% de um semestre para outro.

Por outro lado, ainda nessa tipo de crédito, a energia elétrica apresentou um recuo de 8% nos desembolsos, caindo de R$ 3,04 bilhões para R$ 2,79 bilhões. De acordo com o BNDES, essa queda se deve a financiamentos que acabaram não ocorrendo no período, mas não significa uma redução efetiva. Por outro lado, as aprovações cresceram 281%, pulando de R$ 1,53 bilhão para R$ 5,82 bilhões nos seis primeiros meses deste ano.

Considerando as operações totais do banco – diretas e indiretas – os desembolsos do setor de infraestrutura atingiram R$ 21,6 bilhões, respondendo por 38% do total. No primeiro semestre do ano, o BNDES registrou liberações de R$ 55,8 bilhões, uma queda de 6%. nos últimos 12 meses os desembolsos acumularam R$ 139,9 bilhões, com uma retração de 9%. Porém, o banco informou que os resultados estão em linha com a expectativa de terminar 2011 com equilíbrio nas liberações de financiamentos, que devem chegar a R$ 147 bilhões.

Já as aprovações do banco fecharam o semestre em R$ 73,2 bilhões, cerca de 15% abaixo do apurado no mesmo período de 2010, em função das operações no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (BNDES PSI). O setor de infraestrutura respondeu por 34% desse resultado, ao atingir no semestre aprovações de R$ 25,2 bilhões.

(Matheus Gagliano, da Agência CanalEnergia, 12.08.11)