A direção da Eletrobras desistiu de enfrentar a Ação Direta de Inconstitucionalidade sobre os direitos políticos da União na empresa com argumentos técnicos e jurídicos. Diante da solidez da ADI e do completo absurdo de a União possuir 43% das ações, mas apenas 10% dos votos, a direção da empresa, através de órgãos de imprensa muito bem patrocinados, apela para os ataques pessoais a membros do governo eleito por mais de 60 milhões de brasileiros.

O Editor do jornal Valor, Nelson Niero, em artigo publicado no dia 1° de junho, intitulado “Ataque a Eletrobras cheira a confisco” não passa de um rosário de insultos a membros do governo do presidente Lula. O editor do panfleto do mercado financeiro não esconde a saudade da era Bolsonaro, em que o estado foi saqueado e os direitos do povo roubados para enriquecer uma ínfima oligarquia financista que se acostumou a ganhar muito sem produzir nada.

No furibundo artigo o editor do jornal Valor cita o marco do saneamento, o tal “petrolão” e até inventa do nada um suposto “Eletrolão” sem dizer do que se trata. Afirma que a Eletrobras era um cabide de empregos, mas se esquece de dizer que foi depois da privatização que o presidente da empresa, que é o mesmo que foi colocado no cargo por Bolsonaro, aumentou o próprio salário de R$ 56.000 para R$ 360.000 e que os conselheiros que ganhavam R$ 5.000, depois da privatização “saneadora” podem ganhar até R$ 200.000 por mês. O editor do Valor também não diz que no governo Dilma os diretores da Eletrobras eram cinco e que agora são quinze. Desse verdadeiro trem da alegria, o jornal Valor não fala.

Mas o maior sinal de desespero dos oligarcas que hoje comandam a Eletrobras e de seus editorialistas de aluguel é que, vendo seu plano criminoso dar com os burros n’água, partem para ataques pessoais totalmente desqualificados. O artigo distribui insultos ao ministro chefe da casa civil, Rui Costa, ao próprio presidente Lula, mas secreta a maior parte de sua bile amarga para com o Advogado Geral da União, Dr. Jorge Messias.

Nós eletricitários conhecemos essa tática de intimidação. Desde que assumiu o comando da Eletrobras, ainda no governo do golpista Michel Temer, que o presidente Wilson Pinto ataca os trabalhadores e persegue suas lideranças. Pensam que podem intimidar os ministros do governo federal também.

Enganou-se quem achou que a mídia brasileira estava contra o negacionismo criminosos e as constantes ameaças bolsonaristas à democracia. No Brasil fascismo e neoliberalismo são as duas faces da mesma moeda e entre um governo democrático defensor do povo e da soberania nacional, como o de Lula e um autocrata entreguista como Bolsonaro, a mídia oligárquica não titubeia em eleger o segundo.

Reprodução do boletim do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE).