Na última sexta-feira, teve continuidade a 4ª rodada de negociação do ACT 2022/2024 entre o CNE e a Eletrobras, interrompida na terça feira, dia 31 de maio. O resultado da negociação, expresso na contraproposta apresentada pela empresa, foi decepcionante.
Considerando o momento vivido pela categoria eletricitária, com a insistência do governo para a privatização da Eletrobras e suas subsidiárias, esta negociação foi pautada por impasses intransponíveis, visto que a empresa insiste em inserir no acordo coletivo cláusula sobre demissão em massa e prioriza a retirada de direitos históricos da categoria.

Como já tem sido historicamente denunciado pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, a partir do golpe contra a presidenta Dilma Roussef, em 2016, a Direção da Eletrobras tem servido aos interesses privados. Não podemos esquecer que a representante dos interesses do maior acionista privado da Eletrobras ocupa, já há algum tempo, cargo importante dentro da gestão da Empresa. Não é de surpreender, portanto, que o tom da negociação tenha sido o de facilitar a vida da gestão privada, caso o processo de privatização avance, com a retirada de direitos e a redução do quadro de pessoal.

O CNE insistiu no processo de negociação, buscando uma solução que atendesse aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras. No entanto, a intransigência da Eletrobras foi confirmada com a proposta apresentada.

Além de não aceitar a proposta de firmar o Acordo com vigência de dois anos, a empresa trouxe uma proposta que continua inaceitável, visto que insiste em incluir cláusula de demissões, com alvo certeiro, que são os empregados/as aposentados/as aposentáveis e anistiados/as. Por outro lado, propõe alterações na Cláusula de Quadro de Referência que incluem a redução do número de trabalhadores/as e a imediata exclusão dessa cláusula, no caso de a empresa ser capitalizada.

O Coletivo Nacional dos Eletricitários definiu em seu planejamento e reiterou na mesa de negociações, que não iria aceitar Acordo Coletivo com previsão de demissão de pessoal. Desta forma, a contraproposta final da Eletrobras está sendo avaliada dentro do Coletivo durante esta semana. A tendência é de que a proposta seja levada às assembleias, com indicativo de rejeição, e é possível que os encaminhamentos apontem para uma nova greve no setor elétrico nacional.

Lembramos que o ACT está vigente por mais 30 dias, mediante prorrogação, até 30 de junho, e que é fundamental intensificar a mobilização, para manutenção de nossos empregos e direitos.