Prometer é uma prática que políticos usam há muito tempo. No Brasil é uma prática terrível. “Ninguém é obrigado a prometer nada, mas desde que prometa, tem que cumprir”, dizem os mais velhos. Passa pela credibilidade da pessoa.

Funcionários da CEB ouviram de várias autoridades,  inclusive do governador, que se houvesse a privatização, eles não seriam demitidos, que seriam aproveitados em outras empresas do GDF. Passados alguns meses, algumas autoridades do Governo construíram um projeto que contemplava a promessa, porém um dos mentores do projeto foi para outro órgão. Este projeto que deveria chegar a CLDF, anda lá pelos gabinetes e nada de chegar  à Câmara local.

Quando questionados, as autoridades do governo dizem que estão vendo, que o governador não quer enviar, que o governador está estudando… explicações de todo tipo são colocados devido ao não envio do projeto. Um auxiliar do governo disse que quem primeiro assinou o projeto foi o vice-governador e que o governador é orgulhoso; outro disse que a companhia que comprou a CEB privatizada vai ficar sem funcionários, se estes forem para outra empresa ( esta parte, eu gostaria de explicar: caso isto ocorra, haverá uma escala para a empresa em questão não ser prejudicada).

Deputados que  prometeram em Plenário, há três semanas. que iriam formar uma comissão  para sensibilizar o governador sobre o assunto, não falam sobre o assunto, pelos menos com os interlocutores dos funcionários… Outros deputados remetem à comissão a responsabilidade sobre o assunto, mas afirmam que estão lutando pelos funcionários. Um deputado afirmou que o governador não irá enviar o projeto, pois ele no futuro, se ganhar as eleições, vai continuar com as privatizações. Outro desanimou os funcionários: ” vocês estão perdendo tempo aqui na CLDF, devem ir ao Buriti” todos os dias. Bem, têm que ir ao Buriti, mas a CLDF é a casa do povo. Onde o povo vai buscar ajuda?

Todos deputados são unânimes em afirmar : o projeto chegando à CLDF, será votado logo (bom!).

Foi apresentado semana passada um projeto de lei da própria Câmara para resolver a situação. Será que os deputados vão votar este projeto? O vício de iniciativa proíbe a CLDF de votá-lo?

Os funcionários cobram o prometido: querem que o projeto seja enviado logo, daqui a pouco a CLDF entra de recesso. Eles não estão em linha de colisão com o governador, estão pedindo através de faixas que o governador cumpra o que foi acordado: que o governador envie o projeto de lei para a CLDF. Até tiram foto com o governador.

Até o momento não conseguiram uma audiência com o governador, só promessas dos intermediários, pelo tão esperado encontro.
Os funcionários fizeram concurso, projetaram sua vida até a aposentadoria, devido a estabilidade. Agora estão mais velhos para serem absorvidos em outros empregos. É preciso pensar nisso.

Num ano de eleição todos acham que tudo está garantido? Que os votos desses funcionários, seus parentes, aderentes e amigos não vão fazer falta? Muita gente está torcendo para o Sindicato ir para o confronto com o governo, porém o melhor caminho é este que estão trilhando.

O melhor é conversar, governador.

Depois conto mais das promessas não cumpridas.

Fonte: Df em destaque.com.br, por Catarina Lima