Em uma antiga e grande floresta, cheia de árvores e plantas, viviam muitas espécies de animais, cada um à sua própria maneira. O verão chegou na floresta e com ele veio a seca, o que começou a provocar incêndios no habitat natural. Como o fogo se espalhava rapidamente, os animais ficavam muito assustados e, tentando salvar as próprias vidas, começavam a fugir.

Todos os animais seguiam a mesma direção, que os levava o mais longe do fogo possível. No entanto, um pequeno beija-flor começou a chamar a atenção, pois voava na direção oposta a todos eles.

O jovem beija-flor voava convicto, cada vez mais para dentro da floresta, até que chegou a um lago que ficava escondido por lá. Então, encheu o seu bico com algumas gotas de água e começou a soltá-la sobre as chamas. Como cabia pouca água em seu bico, ele repetia o processo muitas e muitas vezes. Apesar de causar apenas um pequeno impacto no fogo, ele não desistia.

Os outros animais, que também moravam na floresta, leões, girafas, elefantes, pássaros, entre outros, ficaram espantados com tamanha persistência. Para eles, tudo já estava perdido. A única solução era ir embora e recomeçar a vida em um outro lugar.

Depois de um tempo, um dos animais perguntou ao beija-flor:

– O que você está fazendo? Por que você não foge do fogo e tenta salvar sua vida?

O beija-flor, então, olhou para os seus companheiros abandonando o seu lar, respirou por um momento e falou:

– A minha vida está nesta floresta, meu ninho e tudo que eu construí, assim como todos vocês. Não quero que ela seja destruída, e partiria meu coração saber que não fiz nada para tentar salvá-la. Então, eu estou fazendo o que posso para tentar combater esse fogo e salvar o que é importante para mim.

Alguns animais, ainda descrentes do que viam, disseram:

– Mas tudo o que você pode fazer é derrubar algumas gotas de água em todo esse fogo. Isso não serve para nada, você nunca conseguirá apagar o fogo sozinho.

Depois disso, o beija-flor apenas respondeu:

– Pode ser que vocês estejam certos, mas ainda assim não deixarei de fazer a minha parte, e voltou ao lago novamente para buscar mais água.

determinação do beija-flor em salvar o seu lar tocou cada vez outros animais e eles perceberam que o esforço de um poderia não ser suficiente, mas que se todos trabalhassem juntos, com certeza conseguiriam acabar com o incêndio e salvar a floresta.

Então, todos seguiram rumo ao lago e carregaram a água da forma que puderam. Depois de um longo tempo, combateram todo o fogo e recuperaram o seu lar.

Essa parábola nos ensina o quão importante é a determinação. Muitas vezes passamos por situações que parecem impossíveis de serem resolvidas, e achamos que a escolha mais fácil é fugir, mesmo que isso signifique perder tudo aquilo que temos.

Os eletricitários e a parábola do beija flor

A parábola do beija flor, o menor dos pássaros, nos dá um grande ensinamento. Sozinhos, na maioria das vezes, nossa força não é suficiente para atingir um objetivo, mas se trabalharmos juntos e unidos na mesma direção, por um bem comum, com certeza, nosso objetivo será atingido.

O “fogo na floresta” é a privatização da Eletrobras, que trará como consequência a perda de tudo aquilo que construímos durante longos anos de nossas vidas profissionais, prejudicando a cada um de nós, os nossos amigos e amigas de empresa, assim como a totalidade do povo brasileiro, que pagará muito mais pela conta de luz e não terá um serviço de qualidade, como demonstram todas as privatizações, no setor elétrico, que ocorreram em nosso país. A nossa vida profissional está dentro da Eletronorte, a maioria do que conquistamos, de bens materiais, foi fruto do nosso trabalho na empresa, passamos mais horas, por dia, discutindo,  debatendo e encontrando soluções para os problemas da empresa do que no convívio com a nossa família. Deixar de dar a nossa contribuição pessoal, para apagar o “fogo da floresta” deixando de lutar contra a privatização da Eletrobras é, sem dúvida, um grande erro, que as nossas consciências não nos deixarão esquecer.

A diretoria do sindicato, junto com alguns trabalhadores de base, sozinhos, não conseguirão, com certeza, apagar o “fogo da floresta”,  e evitar a privatização da Eletrobras, mas com a união de todas as trabalhadoras e trabalhadores, ao redor do sindicato, conseguiremos evitar que o “fogo da floresta” consuma a maior empresa pública de energia elétrica da América Latina. E estas trabalhadoras e trabalhadores serão reconhecidos como aqueles que tiveram a coragem de enfrentar e vencer o “fogo da floresta”, a privatização da Eletrobras.

Companheiras e companheiros, vamos seguir o exemplo do beija flor e com as nossas ações vamos incentivar todos aqueles que não acreditam na possibilidade de apagar o “fogo da floresta”.

Companheiras e companheiros, evitar a privatização da Eletrobras e a interrupção de nossas carreiras profissionais, depende sim, de cada um de nós se transformar em um beija flor, porque um exemplo vale mais do que mil palavras.

 A minha vida está nesta floresta, meu ninho e tudo que eu construí, assim como todos vocês. Não quero que ela seja destruída, e partiria meu coração saber que não fiz nada para tentar salvá-la. Então, eu estou fazendo o que posso para tentar combater esse fogo e salvar o que é importante para mim.