No mês em que se comemoram os 20 anos do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), um dado é desanimador. O GDF investe muito mais em internações do que na prevenção de atos infracionais. Segundo Perla Ribeiro, coordenadora executiva do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente (Cedeca), em 2010 foram direcionados R$ 9,6 milhões para o sistema de internação, enquanto o investimento de Liberdade Assistida (LA) foi reduzido. A lei orçamentária do ano previa R$ 633 mil para a LA, mas por decreto da Secretaria de Planejamento, houve redução de verbas para apenas R$ 39,7 mil, para todo ano de 2010, nas despesas de gasolina, materiais de escritório e quaisquer ações necessárias. Redução de R$ 593 mil para ações de Liberdade Assistida.

Hoje, o DF tem 1,7 mil jovens cumprindo a medida por meio de 14 Núcleos de Liberdade Assistida, em diferentes cidades. Apenas um carro faz o transporte entre os Núcleos. Além disso, o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) sugere que haja no máximo 20 atendidos para cada profissional responsável pela LA. Para atender aos 1,7 mil infratores que cumprem essa medida no DF há 35 profissionais de nível superior, que atuam na Gerência de Liberdade Assistida. Uma média de 49 atendidos por profissional.

(Fonte: Vinícius Borba, Jornal de Brasília, 19.07.10)