“Os R$ 40 bilhões são importantes por representarem uma reserva técnica que garantirá o funcionamento dos planos no futuro. Temos de lembrar que o mercado de saúde está em franco processo de expansão, com a incorporação de novas classes sociais”, disse Monteiro. A perspectiva é de que o setor avance mais de10% ao ano nas próximas décadas. Hoje, 60,1 milhões de pessoas — o equivalente a 23,9% da população do país — têm planos de saúde. No caso dos convênios odontológicos, apenas 7,6% dos cidadãos são atendidos, indicando espaço para a expansão do segmento.
Custo anual
Apesar dos fortes avanços do setor, as operadoras reconhecem que ainda há muito o que melhorar. Na avaliação dos representantes da área presentes no 5ª Conferência Brasileira de Seguros (Conseguro), as companhias precisam dar maior transparência a suas ações. Isso vale tanto para as relações com os consumidores quanto para os contratos com médicos e hospitais. “Queremos o consumidor consciente, que faça o plano que melhor se encaixe à sua realidade. Mas, para isso, terá de pagar o preço justo”, afirmou José Cechin, diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).
Segundo pesquisa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o setor desembolsou, em 2010, mais de R$ 58,4 bilhões em despesas assistenciais e o total de receita de mensalidade foi de R$ 72,5 bilhões. Os gastos dependem de diferentes fatores, como variações econômicas e culturais de cada país. No Brasil, o custo anual, por pessoa, passou de US$ 412, em 1995, para US$ 943, em 2009, enquanto nos Estados Unidos cresceu de US$ 3,7 mil para US$ 7,4 mil.
(Vera Batista e Jorge Freitas, Correio Braziliense)