O Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF) torna pública nota de esclarecimento encaminhada à BandNews FM, na última quinta-feira (26/11), e que se refere ao pedido de direito de resposta – negado pela rádio – acerca dos comentários feitos pelo jornalista Cláudio Humberto, durante o Programa Gente Brasília.

Durante a apresentação, o jornalista fez acusações inverídicas e prestou informações distorcidas sobre a Companhia Energética de Brasília (CEB) e contra os funcionários da empresa.

Diante desse cenário, o STIU-DF, ciente do compromisso social e da responsabilidade assumida em prestar informações verdadeiras e transparentes para a população do Distrito Federal, sobre o atual cenário da CEB, divulga, abaixo, o teor completo da nota, para conhecimento de todos os interessados.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF), representando os trabalhadores e trabalhadoras da Companhia Energética de Brasília (CEB), encaminha esta nota de esclarecimento, como direito de resposta à manifestação do jornalista Cláudio Humberto. No programa Gente Brasília, transmitido pela BandNews FM, o âncora fez comentários inverídicos e distorcidos sobre a CEB e seus empregados, além de menções pejorativas e contra a entidade sindical, por isso as considerações e esclarecimentos abaixo:

  1. De fato, “a CEB é do povo”, por isso o governador, ao contrário do que vem fazendo, deveria ouvir os representantes da população do DF antes de privatizar a empresa. O jornalista Cláudio Humberto parece desconhecer que o governador Ibaneis, quando candidato, prometeu que não iria privatizar as empresas públicas. Portanto, embora tenha sido eleito, não está legitimado para fazer desestatização, já que isso não constou do seu programa.
  2. Sobre o endividamento da CEB, o jornalista Cláudio Humberto também demonstra desconhecimento e que não está atualizado em relação aos números da empresa. No primeiro semestre deste ano, o passivo financeiro, que vem sendo pago sem nenhum atraso, caiu para R$ 870 milhões e já se encontra no patamar de R$ 500 milhões, devido a amortizações recentes de ICMS, já constantes no balancete do terceiro trimestre. Essa retórica de “dívida impagável” não encontra suporte em fatos.
  3. Nada mais sofismático do que a afirmação de que a CEB está “quebrada”, uma empresa que obteve no último trimestre de 2020 uma variação positiva de R$ 80 milhões em seu resultado, que fechou o primeiro semestre com mais de R$ 150 milhões em caixa, que recuperou mais de R$ 60 milhões de receita em 30/09/2020 e que lucrou R$ 41 milhões em 2019, não está “quebrada”. Pelo contrário, está totalmente solvente e financeiramente saudável. O expressivo interesse do setor privado só confirma esse quadro positivo e o potencial econômico da empresa.
  4. O jornalista claramente desconhece que nos últimos cinco anos a empresa investiu mais de R$ 360 milhões, só reduzindo esses números a partir de 2019, quando a gestão passou a focar na alienação da empresa, ao invés de administrar e fortalecer a Companhia. A Companhia fechou 2019 com mais de R$ 150 milhões em caixa, e continuou com recurso em caixa no balanço fechado em 30 de junho de 2020. A CEB tem capacidade de investimento, e se não está sendo feito, a decisão é da gestão atual, que quer privatizar a empresa.
  5. A menção que o jornalista faz sobre o Amapá é invertida, já que o apagão decorreu exatamente da privatização do sistema de transmissão de energia elétrica que alimenta aquele estado. Aliás, é para evitar esse risco que o STIU-DF e os empregados da CEB têm lutado contra a privatização.
  6. O ataque leviano, rasteiro e carregado de sofismas do sr. Cláudio Humberto contra benefícios dos empregados da CEB demonstra, além de preconceito, o completo desconhecimento da autonomia financeira de uma estatal e de como funciona a definição da tarifa de energia elétrica. Os benefícios citados pelo jornalista, embora constem do Acordo Coletivo de Trabalho, praticamente não são aplicados devido às próprias restrições estabelecidas nas cláusulas. E ainda que o fossem, o impacto seria nulo na conta de luz, pois a tarifa não é definida pelo valor real das despesas, mas pelo custo de uma empresa fictícia prevista pela Aneel para operar na área de concessão do DF, que, aliás, não depende de aportes do tesouro ou oriundos de impostos. Registra-se ainda que os referidos benefícios, contrariamente ao afirmado no programa, são comuns em ACTs de outras categorias, inclusive do setor privado. Toda essa narrativa reiterada do Sr. Cláudio Humberto é manifestação clara de ignorância ou má-fé jornalística.
  7. Por fim, se existe alguma sabotagem nesse processo, esta não deriva do STIU-DF ou dos trabalhadores da CEB, mas daqueles que pretendem entregar o patrimônio público de bandeja ao setor privado, ameaçando a população do DF com apagões, insegurança energética e piora sistemática do serviço de distribuição de energia elétrica.

 Atenciosamente,
Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF)