A manhã desta quarta-feira, 7, começou agitada para os trabalhadores e trabalhadoras da CEB, que após desembarcarem de ônibus em frente à Câmara Legislativa do DF para participarem de atividade aprovada pela categoria, foram surpreendidos com a presença de um aparato policial e o impedimento da livre manifestação contra a privatização da CEB.
A categoria não recuou, mesmo com a impossibilidade do uso de um carro de som, sendo realizado o ato, que durou cerca de 4 horas e contou com a participação de representantes de outras categorias, como os bancários e os caesbianos, representante de centrais sindicais e parlamentares.
O ex-dirigente do STIU-DF, Jeová Pereira, demonstrou indignação com a censura à atividade e disse que a medida se comparava à ditadura, “quando a população não podia se manifestar livremente”.
A deputada federal, Erika Kokay (PT-DF), disse que está absolutamente envolvida com a defesa da CEB pública. Ela ressaltou ainda que a qualidade de vida da população depende da CEB nas mãos do estado. “Privatizar a CEB é um crime contra a cidade. O povo de Brasília merece a nossa ação para impedir as medidas escusas do governador Ibaneis”.
Kokay afirmou que a Lei Orgânica do Distrito Federal é clara e que o debate da privatização da CEB tem que passar pela Câmara Legislativa. Para ela, o governador, a quem nominou de “ditador de plantão”, não pode atropelar o poder legislativo.
“A CEB pública é viável e necessária”, destacou o dirigente do STIU-DF, João Carlos Dias, que informou que 96% da receita da holding é oriunda da distribuidora de energia. Ele disse que é uma “usurpação do poder se a discussão da privatização não passar pela casa dos representantes da população”. Apontando para a CLDF, emendou, “essa Casa aqui é que deve repercutir os anseios da população”.
Os sindicalistas bancários e caesbianos se colocaram a disposição da luta contra a privatização da CEB e afirmaram que a unidade e mobilização dos trabalhadores é fundamental para impedir a venda da CEB.
GDF recebe dirigentes
Mesmo com o sol escaldante, da CLDF os participantes caminharam até o Palácio do Buriti, e lá começaram a gritar palavras de ordem contra a privatização da CEB. Ainda com o ato acontecendo, os representantes do STIU-DF foram chamados para uma reunião como o subsecretário de Relações Institucionais, Valteni José de Souza. Dessa reunião, saiu uma agenda com o secretário da Casa Civil do GDF, Gustavo Rocha, realizada na tarde de hoje.
Na ocasião, os dirigentes fizeram uma apresentação técnica sobre a real situação da CEB, sobretudo reforçando os desafios vencidos em 2019 e o caminho de sustentabilidade que a empresa vem percorrendo, mesmo com a atual administração jogando contra.
Além disso, foram realçados também os impactos da pandemia, sentidos não só pela CEB, mas por toda a economia. O secretário solicitou a apresentação e ficou de analisar melhor e convocar uma reunião.
Mobilização
Durante a manifestação dos trabalhadores e trabalhadoras da CEB foi deliberado pela realização de uma nova atividade, também na CLDF, para a próxima quarta-feira, dia 14.
Todos juntos em defesa da CEB Pública, em defesa da população do DF!