Os nomes citados são o da ministra Miriam Belchior (Planejamento) e de Maria das Graças Foster, diretora da Petrobras. Foster, no início do ano, durante a montagem do governo, constou da lista de ministeriáveis. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, também é cotado entre assessores presidenciais como possível substituto de Palocci.
Apesar de considerar o momento delicado e grave, Dilma mantém seu apoio ao ministro, mas avalia que o futuro dele vai depender da repercussão das entrevistas dadas ao Jornal Nacional, da TV Globo.
Caso a repercussão seja negativa e a crise se agrave, Dilma, segundo assessores, espera que Palocci peça demissão, principalmente se a Procuradoria-Geral da República decidir abrir inquérito para investigá-lo.
Na hipótese de Palocci sair e a Casa Civil voltar a ser mais técnica, a presidente também deverá trocar o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) por um nome com mais trânsito político. Nesse caso, o ministro Alexandre Padilha, da Saúde, é o favorito.
Outro cotado é o líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), abrindo espaço para uma composição interna dentro do PT, em guerra desde o início do ano por conta da disputa pela presidência da Câmara.
Outra hipótese, defendida por aliados, é a presidente entregar a articulação política a outro partido da base que não o PT. A pasta poderia ser entregue ao PMDB, na busca de evitar que o aliado trabalhe contra o governo como ocorreu na votação do Código Florestal na Câmara. Essa solução esbarra na desconfiança de Dilma em relação aos peemedebistas, mas é considerada a ideal por alguns aliados para comprometer de vez o PMDB com o governo no Congresso.
Segundo assessores, a presidente sente falta de um ministro voltado para o comando do dia a dia do governo, papel que ela desempenhou no governo Lula. Dilma confidenciou a assessores ter ficado surpresa com as informações sobre os negócios de Palocci, cujo patrimônio multiplicou por 20 nos últimos quatro anos por conta de seus trabalhos de consultor.
Em conversa reservadas, a presidente diz que foi avisada da existência da empresa de consultoria, mas não da dimensão dos negócios de Palocci, que faturou R$ 20 milhões apenas em 2010, ano da campanha presidencial. Por isso, ela tende a se preservar e evitar defesas enfáticas do ministro da Casa Civil.
(Folha de S.Paulo, 5.06.11)
