O Programa de Recuperação de Créditos da CEB (Recupera), que vigeu entre o dia 29 de agosto e 31 de dezembro, beneficiou 15.287 clientes e resultou na assinatura de 20.971 contratos. O valor total negociado foi de R$103,5 milhões, sendo R$ 99,3 milhões por intermédio de contratos de parcelamento e R$25,5 milhões entre entradas e pagamentos à vista.

A informação é do Governo do Distrito Federal (GDF), que avalia a iniciativa como bem-sucedida. “Consideramos que o programa foi bem-sucedido, posto que 30% dos valores que compunham a carteira de devedores junto à CEB foram negociados. Essa arrecadação contribui para o abate de 12% da dívida da distribuidora, e é mais um passo importante na retomada do equilíbrio econômico-financeiro da companhia”, afirma o presidente da CEB, Edison Garcia.

Para o GDF, a arrecadação é mais um passo importante na retomada do equilíbrio econômico-financeiro da companhia. O programa foi uma oportunidade ao consumidor de voltar para a regularidade e limpar o nome em condições diferenciadas para quitação ou parcelamento de débitos em atraso com a companhia até o ano de 2018.

JÓIA DA COROA
Mas o governo Ibaneis também vê outro ponto positivo: “Teve também o objetivo melhorar a situação econômico-financeira da CEB”. No entanto, a campanha Eu defendo a CEB pública, promovida pelo Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (Stiu-DF) contrapõe os argumentos em favor da privatização da CEB Distribuição do governador Ibaneis Rocha e do presidente da Companhia, Edison Garcia.

O estudo do sindicato informa que “a CEB Distribuição caminha naturalmente para a sustentabilidade econômico-financeira, com custos operacionais declinantes e capacidade de investimento totalmente recuperável, principalmente se for implementado o Plano de Negócios 2019-2023 abandonado pela atual gestão, que ao invés de vender ações em empresas privadas de geração, prefere atender a lobistas e vender a “jóia da coroa””.

Em matéria divulgada em seu site, o sindicato diz ainda que “a CEB D não perderá concessão como declarado pelo governador. A empresa pública tem ativos e contas a receber que, somados, chegam a mais de 1,7 bi.  Sabendo que a Aneel, que monitora e conhece os números da CEB, não declarará a caducidade do contrato de concessão, Ibaneis Rocha tenta de toda forma antecipar a privatização da distribuidora (transferência de controle) antes que os resultados da empresa evidenciem o cumprimento dos chamados covenants regulatórios em 2019”

GRANDES DEVEDORES
Dentre as negociações de grande impacto, no dia 30 de setembro um condomínio que tinha mais de R$ 13 milhões em contas de energia atrasadas conseguiu reverter a dívida para R$ 7.047.233,61 utilizando os benefícios do programa.

Em 9 de outubro, uma empresa de móveis ergonômicos aproveitou as condições de parcelamento do Recupera e negociou 60 parcelas iguais de R$11.609,48, totalizando R$ 696 mil para quitação de débitos.

No dia 1º de outubro, uma empresa de publicidade fez o pagamento de R$352.727,70 para a distribuidora. No dia 31, o Hospital Universitário de Brasília (HUB) realizou um pagamento de R$ 4,4 milhões em contas de energia atrasadas.

No início de dezembro, uma empresa de comercialização de alimentos quitou o débito de R$154.741 com a CEB. No dia 26, uma associação de feirantes efetuou o pagamento de R$ 442.891 e contribuiu para o montante arrecadado.

Via https://www.bsbcapital.com.br/