IELN

A Eletrobras contraria todos os princípios de governança corporativa e da ética profissional, dos quais tanto se vangloria, ao deixar de lado a transparência das informações e a própria prestação de contas àqueles que são seu maior patrimônio: a classe trabalhadora. A Participação nos Lucros e/ou Resultados, que normalmente é paga na primeira quinzena de maio, ainda não tem previsão para pagamento, pois o balanço contábil das empresas da Holding sofreu atraso por duas vezes. Enquanto as trabalhadoras e trabalhadores do Sistema Eletrobras ficaram sem nenhuma explicação, os investidores e acionistas já foram informados por meio de três comunicados ao mercado, emitidos pela Holding, explicando o porquê do atraso.
Essa falta de comunicação da Eletrobras com aqueles que constroem o dia a dia de nossas empresas é, no mínimo, sinal de que as prioridades estão invertidas; aliás, o tratamento que as trabalhadoras e trabalhadores do Sistema Eletrobras estão recebendo é mais do que falta de prioridade: é o mais completo descaso. Se os acionistas têm o direito de receber esclarecimentos sobre os motivos dos atrasos, tanto mais os merecem as pessoas que constroem e sustentam as empresas. Ou seria possível algum balanço sem a classe trabalhadora?
Balanço publicado, o que dizer do pagamento da nossa PLR? Vamos ter que aceitar um sepulcral silêncio? Senhores diretores, se essa for a lógica que norteará a nova Eletrobras, as trabalhadoras e trabalhadores não ficarão inertes.
Na Eletronorte, a situação é ainda mais complicada. Até o momento, a Diretoria da empresa não negociou com os sindicatos o Termo de Pactuação específico, de forma que, mesmo que a Eletrobras determine o pagamento da PLR 2010 às empresas do Sistema, a Eletronorte hoje estaria de fora. Desde setembro do ano passado, depois de uma árdua negociação da pauta específica que resultou no compromisso da diretoria por uma melhoria na forma de distribuição, o Sindinorte vem provocando a empresa a realizar uma reunião específica para tratar do termo de pactuação da Eletronorte.
Passado todo esse tempo, somente na tarde do dia 18 de maio houve a primeira reunião entre Eletronorte e Sindinorte. O que parecia ser, enfim, o início das negociações relativas à distribuição da PLR, configurou-se uma verdadeira falta de respeito com a classe trabalhadora. Além de a empresa se negar a discutir a forma de distribuição, alegou que aguardava posicionamento da Holding quanto à negociação. Depois de muita pressão dos dirigentes sindicais, a empresa enviou uma proposta de distribuição.
Fica então a pergunta: por que as demais empresas do setor já assinaram os termos de pactuação específicos e a Eletronorte não? Queremos que a Diretoria da Eletronorte, reconduzida para mais uma gestão, honre o compromisso de avançar na forma de distribuição da PLR – ou já se esqueceram disso?
Não podemos aceitar mais desculpas e argumentos que, no fim, só prejudicam a classe trabalhadora. Também não podemos aceitar que a Eletronorte continue tendo a pior forma de distribuição do Sistema. Temos que buscar a unificação pela melhor condição hoje praticada no Sistema; afinal, a forma de distribuição em nada impacta o valor financeiro a ser distribuído.

PELA NEGOCIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA PLR JÁ!


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