O presidente da Eletrobras costuma tentar desdizer o que diz, foi assim quando afirmou que os trabalhadores da Eletrobras eram vagabundos. Agora tenta esconder que é Tucano da ala do governador Dória, deve estar com receio da briga de Bolsonaro com Dória pela disputa política de quem é o mais entreguista e o fiel representante das elites. Mas não adianta o Sr.Pinto Júnior tentar esconder, pois até o mundo mineral sabe que ele é Tucano.

Sempre é importante recordar que após o apoio amplo, geral e irrestrito da elite ao golpe à presidenta Dilma, o PSDB passa a influenciar posições importantes no setor de energia, com destaque para Pedro Parente na Petrobras e Wilson Pinto Junior na Eletrobras. A foto abaixo deixa clara a proximidade do Presidente Wilson com o Governador Doria em eventos realizados pela LIDE em Nova York para paparicar investidores estrangeiros.

A força do PSDB na Eletrobras era tão grande que Elena Landau, economista histórica do PSDB, foi presidente do Conselho da Eletrobras! Além da sua relação com Doria, Wilson praticou uma espécie de “toma lá, da cá” ao se tornar “financiador da campanha” para a Câmara Federal do então Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que o nomeou para a presidência da Eletrobras, comportamento idêntico de Pedro Parente da Petrobras.

Wilson também é financiador de campanhas de políticos tradicionais do PSDB paulista. Sua ligação com o PSDB paulista fica ainda mais forte quando David Zylbersztajn, da família do Fernando Henrique Cardoso, diz em entrevista que foi responsável pela nomeação do Wilson na CESP (daí a veneração do Wilson ao FHC no evento do Instituto do ex-presidente).

Pelos corredores das empresas Eletrobras, dizem que também tem o “dedo” da 3G Radar na validação do nome do Wilson para a Presidência da Eletrobras no início do Governo Temer (3G que circulava rotineiramente pelos corredores do MME na época do Secretário Pedrosa); Ainda início do Governo Temer, a 3G teve um grande aliado nomeado em vaga da União para o Conselho de Administração da Eletrobras: Vicente Falconi, que tem relações históricas cantadas em verso e prosa nas biografias, tanto do trio, quanto do próprio Falconi.

Não é a toa que a 3G passou de 5% das ações preferenciais da Eletrobras em 2017 (Comunicado ao Mercado, 23/05/2017), para 10,30% das ações em 2018 (Comunicado ao Mercado, 30/05/2018), para 15,01% das ações em 2018 (Comunicado ao Mercado, 20/09/2018).

O CNE está atento às ligações de Pinto Júnior com os Tucanos. E não vai deixar que o merca- do, os trabalhadores e o mundo político esque- çam as suas posições e dos seus padrinhos po- líticos. O agora pré-candidato a presidência da República, João Dória, tem um aliado de peso no comando do Sistema Eletrobras.

TCU é pressionado para que realize auditória sobre a privatização do Eletrobras

A resistência política contra a tentativa do governo Bolsonaro de privatizar o Sistema Eletrobras se amplia a cada dia. No dia 06 de novembro, quarta-feira, o deputado Danilo Cabral (PSB-PE) anunciou o requerimento na Comissão de Integração Nacional para que o Tribunal de Contas da União realize uma auditoria de todo o processo de privatização da Holding. Essa ação aconteceu um dia após a entrega do projeto de lei que autoriza a desestatização da Eletrobras ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo o deputado Danilo Cabral o objetivo da fiscalização será analisar o valor da arrecadação prevista com a bonificação de outorga da Eletrobras (R$ 16,2 bilhões), e o impacto nas tarifas da descotização das usinas hidrelétricas, que elevariam em até 16% a tarifa para os consumidores.

O CNE entende que a proposta do governo é altamente prejudicial para a população, pois prevê o regime de produção independente. Com isso, a empresa terá liberdade para vender essa energia a preços de mercado, impactando diretamente no preço final aos consumidores cativos.

Além disso, a perda de controle da Eletrobras após a operação de aumento de capital sem a participação da União, prevista no PL, trará prejuízos ao país, porque a empresa será vendida “a preço de banana.” Não levando em consideração que o Brasil é um dos principais países na produção hidroeletricidade no mundo. Uma prova da grande capacidade do Sistema Eletrobras.

O CNE e os sindicatos defendem que o Sistema Eletrobras continue sob controle do Estado brasileiro, por ter a certeza que em qualquer país soberano o setor energético é estratégico para o crescimento econômico e social.

O TCU terá um papel importante em analisar todos os números, e comprovar que este PL na verdade visa entregar um patrimônio público ao capital transnacional por preços aviltantes.

Veja aqui a íntegra do boletim do CNE: Articulações de Wilson Pinto