Em mais uma demonstração de força, as trabalhadoras e trabalhadores da CEB lotaram as galerias e o plenário da Câmara Legislativa na tarde desta quinta-feira (29) durante a Comissão Geral em defesa da CEB pública, convocada pelo deputado Reginaldo Veras (PDT). Com mais esse ato, a categoria demonstrou comprometimento e engajamento na luta contra o processo de privatização da empresa.

Também participaram da Comissão Geral trabalhadores da Caesb, BRB e Metrô. O dirigente sindical do STIU-DF, João Carlos, iniciou a fala chamando atenção sobre os riscos e prejuízos para a população do DF, caso ocorra a privatização da CEB.

João apresentou dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em que a Enel, empresa italiana que comprou a Celg em 2016 e também pretende comprar a CEB, bateu todos os recordes de interrupção de fornecimento de energia. Em 2018 a população goiana ficou sem luz por 26 horas, enquanto que em Brasília apenas 9.

“A Enel é a campeã de reclamações dos consumidores no Procon. Nem o governador de Goiás, que tem histórico de defender privatizações, está conseguindo resolver esse problema. Por outro lado, a CEB só teve sete reclamações na Aneel”, comparou.

João também mencionou o desafio feito pelo deputado distrital Rodrigo Delmasso (PRB) de que se a CEB for sustentável ele passará a defender a manutenção da empresa pública. “Só queremos oportunidades para demonstrar isso, e por essa razão estamos aqui”, disse.

O trabalhador da CEB Luiz Paulo destacou pesquisa feita pelo Datafolha que revelou que 60% dos brasileiros são contra privatizações. Também lembrou enquete feita pela rádio CBN que apontou 50% dos participantes sendo contrários a privatização da CEB.

Luiz também rebateu as constantes ameaças de que a CEB pode perder a concessão. “Se a Enel e outras empresas privadas do setor que prestam serviços de péssima qualidade de forma continuada para a população não perdem a concessão, por que a CEB, que está entre as melhores no ranking da Aneel, vai perder?”, questionou.

Criticou ainda a postura do presidente da CEB, que gasta muito do seu tempo falando mal da empresa em vez de trabalhar para contribuir para a resolução dos problemas. “É estranho que um gestor tenha uma postura dessa. O que nós precisamos é de um rumo, não ataques constantes”, destacou.

Além do deputado Reginaldo Veras, os deputados Chico Vigilante (PT), Leandro Grass (Rede), Arlete Sampaio (PT) e Fábio Felix (Psol) são contrários a privatização da CEB e de outras empresas públicas.