De acordo com o jornal Correio Braziliense, “o governador Ibaneis Rocha (MDB) avalia privatizar empresas públicas do Distrito Federal, como a Companhia Energética de Brasília (CEB) e a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). (…) CEB e Caesb têm, no total, débitos que superam R$ 2,5 bilhões. Especialistas em gestão pública defendem a medida, que deve enfrentar dura resistência dos trabalhadores. Para sair do papel, a desestatização tem que ser aprovada pela Câmara Legislativa”.

Após anunciar essa intenção de privatizar as empresas públicas de energia elétrica e de água e esgoto, o Governo do Distrito Federal também já deu início ao processo de venda da empresa de transporte coletivo metroviário, tendo acenado ainda com a possibilidade de privatização do Banco de Brasília. “Temos encontrado uma dificuldade muito grande dentro dessas empresas. No caso da CEB, os valores de débito superam R$ 1 bilhão”, explicou o governador.

Entre os trabalhadores das empresas públicas, no entanto, as declarações do governador Ibaneis Rocha causaram apreensão. Ainda de acordo com o jornal Correio Braziliense, Igor Aguiar, diretor do Sindágua, entidade que representa os trabalhadores da Caesb, defende o controle do Estado: “A gente espera que o governador não leve esses planos adiante. Em muitas cidades onde houve a privatização do saneamento, isso está sendo revertido”, comentou Igor.

O setor privado só quer atuar onde consegue ter muito lucro. As empresas vão descartar investimentos importantes, mas que são indispensáveis para a sociedade, como a universalização da oferta de água e de coleta de esgoto”, afirmou. Hoje, a Caesb atende 99% das residências do DF com abastecimento de água e mais de 80% com coleta de esgoto — os melhores índices do país.

A despeito das opiniões a favor e contrárias a esse anunciado processo de privatizações no Distrito Federal, bem como da escassa informação sobre a real situação financeira dessas entidades, sintonizados com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano de 2019, a Comissão Justiça e Paz promoverá mais um debate público de esclarecimento, indagando: afinal, a venda total ou parcial de empresas públicas tão importantes como a de distribuição de energia elétrica (CEB) e a de prestação de serviços de saneamento (CAESB), ou mesmo a de transporte coletivo (Metrô-DF), poderão de fato melhorar a prestação desses serviços essenciais à população? Mais do que isso, de que modo uma empresa privada, cujo objetivo mercadológico é a obtenção de lucros, teria interesse em participar do planejamento e execução de políticas públicas, cujo sentido é a efetivação de direitos?

Assim, o STIU-DF reforça o convite para a Conversa de Justiça e Paz, no dia 5 de agosto, às 19h, na Cúria Metropolitana, junto à Catedral. É fundamental a participação de todos os trabalhadores e trabalhadoras da CEB na atividade.

O evento terá transmissão ao vivo pelo perfil da Comissão Justiça e Paz de Brasília e será veiculado posteriormente na programação da TV Comunitária de Brasília, canal 12 da Net.

*Com informações da Comissão Justiça e Paz