A ABRADEE (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) acaba de publicar uma Comparação Internacional de Tarifas.
A ilustração inicial é a que está abaixo:
O período (julho de 1994 até julho de 2018) mostra 24 anos de evolução de vários outros itens de consumo. Nesse período, no setor elétrico, os acontecimentos mais importantes foram a implantação do modelo mercantil e privatizações. O que se vê é que a energia elétrica aumentou 1029%, 4º lugar nessa evolução.
Reconhecemos que a energia elétrica não é a líder dos aumentos. Só estranhamos que a inflação do período não tenha sido mostrada. O ILUMINA acrescenta essa importante informação abaixo.
Assim fica evidente que a energia praticamente dobrou de valor.
A comparação internacional abaixo tem alguns detalhes que precisam ser explicados. A ABRADEE mostra o Brasil numa posição média na tecla verde, mas algumas tarifas de distribuidoras estão na seta vermelha. (A Light, por exemplo).
Chama a atenção a tarifa dos outros países de predominância hidroelétrica como o Brasil. Noruega e Canadá tem praticamente a metade da tarifa brasileira.
A “queixa” da ABRADEE é a parcela na cor abóbora, marcada com 41%, que, segundo o estudo, representa impostos e encargos. Não há como discordar dessa grande desvantagem, mas, o que não aparece à primeira vista é que nesse percentual está incluído uma série de encargos criados pelo modelo mercantil. Há também subsídios, mas é importante salientar que essa parcela chega a atingir 10% do total.
Por fim, chama a atenção que a Noruega tem 37% desse “peso”, não muito diferente. Portanto, há muito a explicar nessa alta tarifa, além dos impostos.
Finalmente, a Agência Internacional de Energia, ao fazer a mesma análise para o ano de 2016, usa o método PPP (Paridade do Poder de Compra), que indexa a tarifa numa cesta de outros produtos refletindo o preço relativo da energia em cada país.
Assim, fica evidente que energia elétrica brasileira, apesar de todas as vantagens naturais do nosso território, é a 3ª tarifa mais cara do mundo.
Com a palavra as autoridades e as diversas associações do setor.
Por Roberto Pereira D’Araujo – Via http://www.ilumina.org.br