A proposta de reforma da Previdência Social de Bolsonaro é tão ruim, mas tão ruim para a população que apenas 95 deputados (85 são do PSL, mesmo partido do presidente) se declaram decididos a favor da matéria. É o que revela levantamento feito pela consultoria Atlas Político e divulgado nesta quinta-feira (14) pelo jornal Valor Econômico.

Segundo o levantamento, outros 54 parlamentares concordam em parte com a PEC 06/19. Na soma, são 149 parlamentares que estariam dispostos a votar a reforma da Previdência Social de Bolsonaro.

O quórum está bem longe do necessário. Ao todo, o governo precisa de 308 votos dos 513 deputados. Isso em dois turnos de votação no plenário para que a matéria vá ao Senado.

Ainda sim, o dirigente sindical do STIU-DF, José Edmilson, chama atenção da categoria para que continue se manifestando contra a proposta, convencendo amigos e familiares, além de pressionar os parlamentares a votarem contra a reforma, enviando e-mails para os deputados.

“Essa proposta é ruim para todos os trabalhadores, especialmente para as mulheres, que terão que contribuir 10 anos a mais, se a proposta for aprovada. No caso dos eletricitários, que estão em campo arriscando a vida todos os dias, também é péssima, uma vez que praticamente acaba com a aposentadoria especial”, alerta. “Mesmo assim precisamos continuar mobilizados contra esse crime que pretendem fazer com a classe trabalhadora”, acrescenta.

Edmilson tem toda razão. Isso porque mesmo distante do quórum necessário o governo não dá sinais de jogar a toalha. Longe disso, trabalha para virar votos do centão.

Na semana passada, Bolsonaro articulou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a negociata de cargos para deputados cujos salários podem chegar a R$ 20 mil. Também autorizou a liberação de R$ 1 bilhão em emendas para os parlamentares para que votem a favor da reforma.

“Por isso não podemos subestimar esse governo, temos que trabalhar todos os dias para enterrar essa proposta igual fizemos com o governo golpista de Temer”, finaliza Edmilson.