Esta segunda (21) foi marcada por uma série de atos pelo país em defesa da Justiça do Trabalho, um importante instrumento para a garantia dos direitos da classe trabalhadora. Em Brasília, a atividade reuniu centenas de pessoas dos diversos segmentos sociais na sede do órgão, na 513 Norte. Pelo menos, outras 30 cidades realizaram algum tipo de manifestação.

Os atos, organizados pela Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (ABRAT), foram desencadeados após o presidente eleito da extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL), em entrevista ao SBT, criticar o excesso de ações trabalhistas e afirmar que a ideia de extinguir a Justiça do Trabalho estaria sendo estudada pelo seu governo.

Para sustentar seu argumento, Bolsonaro utilizou informações desencontradas, como a de que o Brasil seria o único país a possuir Justiça do Trabalho. A afirmação, além de errônea, mostrou total desconhecimento do presidente sobre as leis trabalhistas ao redor do mundo, uma vez que, inúmeros países possuem jurisdição voltada ao tema.

“O fim da Justiça do Trabalho representaria a ausência de pacificação social, de continuidade dos direitos sociais. Sem ela, o Estado democrático de direito fica corrompido, a democracia fica rompida, porque se trata de um instrumento efetivo na garantia dos direitos da classe trabalhadora”, avaliou a presidente da ABRAT, Alessandra Camarano.

Já a deputada federal, Erika Kokay (PT-DF) ― figura atuante no Congresso Nacional ― destacou a importância da Justiça do Trabalho em tempos de retrocesso. De acordo com a parlamentar, o órgão surgiu em um cenário de relações de forças diferentes, onde era evidente a necessidade de uma justiça que pudesse proteger o lado mais fragilizado: o trabalhador.

“Essa tentativa de acabar com a Justiça do Trabalho é alimentada toda vez que um direito é retirado. Em um processo em que a democracia está sendo linchada e está em um pelourinho, temos o conjunto do Brasil ameaçado, particularmente, a classe trabalhadora. Cada conquista do povo brasileiro é fruto de muita luta, mas, também, de muita dor. E, com a reforma trabalhista, foi rasgada uma série de direitos”, finalizou.

Um novo ato a nível nacional está convocado para 5 de fevereiro, em Brasília, ainda sem local definido.

Fonte: CUT Brasília