Por Roberto Pereira D’Araujo – Instituto Ilumina

O gráfico mostra as cotações das ações da Eletrobras desde o ano 2000.

* Em 2010 esse valor atingiu R$ 21,88.

* Corrigindo pelo IPCA, isso significa R$ 36,69, ou seja, um valor 47% acima da cotação atual.

* Portanto, não vamos imaginar que, só agora, a Eletrobrás “surfa” no mercado.

* Reparem a queda ocorrida em 2012, quando o valor atingiu R$ 5.

* Reparem também a queda ocorrida em 2003, quando atingiu R$ 5 (R$ 12 a preços de 2018)

 

Por que ocorreram essas anomalias?

Em 2003, sob uma queda do consumo total, a Eletrobrás foi OBRIGADA a perder seus contratos de energia. Como a demanda era menor, ficou descontratada até 2007, mas gerando energia hidroelétrica liquidada a R$ 4/MWh, uma ninharia. Um baque externo à empresa.

Em 2012 a Eletrobrás foi OBRIGADA a reduzir tarifas para tentar conter um preço sempre crescente. A MP 579, uma decisão que se omitiu sobre as verdadeiras causas da explosão tarifária, causou algo inusitado no mundo. Uma queda de 70% de valor. Outro baque externo à empresa.

O que essa visão do mundo acionário mostra é que sempre Eletrobrás foi usada para realizar políticas que nada têm a ver com a empresa. Esses não foram os únicos “tiros no pé”.

O que é lamentável é que, hoje, mesmo depois de tantas evidências, não temos um contrato de gestão que delimite o que o estado, mesmo acionista majoritário, possa solicitar à empresa e VICE VERSA.

A sociedade brasileira não entende que a Eletrobrás é apenas a ferramenta. Aqui, a ampla desinformação faz com que se aceite vender o “martelo”. Mesmo sabendo que ele é útil, só para que a mão do estado não o use para bater na cabeça do povo.

Agora ficou assim:

Bozo quer a privatização da Eletrobras; o Ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque quer a privatização da Eletrobras e também o presidente da Eletrobras, Wilson Pinto, quer a privatização da Eletrobras.

Resumo da ópera: a Eletrobras será privatizada, caso não tenha uma forte e incansável resistência por parte dos trabalhadores e das trabalhadoras.

A luta não será fácil… Mas possível!

BOLETIM CNE 03 01 2019