O ministro de Minas e Energia de Bolsonaro, o almirante Bento Albuquerque Júnior, disse nesta quarta-feira (02), ao tomar posse, que vai continuar o processo de privatização de Temer na Eletrobras. A intenção é retomar o mesmo projeto que não foi aprovado no Congresso, ano passado.

O anúncio, que não é nada bom para a sociedade nem para as trabalhadoras e trabalhadores da empresa, por ouro lado deixou o mercado e a bolsa de valores bastante animados nesta quinta-feira, fazendo as ações subirem.

Embora o novo ministro tenha dito que se empenhará para reduzir encargos na conta de luz, a realidade de todas as privatizações no setor elétrico aponta para outra direção, alerta a engenheira Fabiola Antezana, que é dirigente sindical do STIU-DF.

“A proposta de privatização da Eletrobras não é boa para a sociedade porque tornará a conta de luz ainda mais cara, pois o empresário que comprar a empresa obviamente vai querer ter margem de lucro maior. Isso é fato e temos inúmeros exemplos no Brasil. Além disso, todas as empresas de energia que foram privatizadas no País tornaram a prestação de serviço para a população muito pior”, chama atenção Fabiola.

Albuquerque Júnior disse ainda que os subsídios na conta de luz também serão retirados, o que deve encarecer a conta de luz para os mais pobres, que hoje são beneficiados por estarem na faixa social.

Pela proposta inicial de Temer, a privatização da Eletrobras ocorreria com a emissão de ações. A União, no entanto, ficaria com menos de 50% das ações, perdendo o controle acionário da maior empresa de energia elétrica da América Latina.

O presidente da Eletrobras nomeado por Temer em 2016, Wilson Pinto, disse que o novo ministro o convidou para continuar à frente da empresa e manter o processo de privatização.