Durante a posse da nova diretoria da Federação do Centro-Oeste e Tocantins (Furcen), que aconteceu no STIU-DF nesta sexta-feira (7), representantes de quatro centrais sindicais destacaram os grandes desafios que as trabalhadoras e trabalhadores terão nos próximos anos.

Para o dirigente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Victor Frota, é de suma importância a união de todas as categorias para intensificar a luta contra a terceirização irrestrita, as privatizações, novas mudanças na CLT e a reforma da Previdência.

Segundo ele, chegou o momento dos trabalhadores unirem todas as forças sindicais, sociais, partidos progressistas e as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo para construir um grande diálogo com a sociedade.

“Nossa luta continua no sentido de impedir uma nova reforma trabalhista, a entrega do patrimônio público e das nossas riquezas naturais. Isso porque o governo Bolsonaro pretende vender tudo que for possível. E as empresas públicas que cuidam dessas riquezas, como a Petrobras e as empresas de saneamento, estão seriamente ameaçadas”, alerta.

Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores em Brasília, Rodrigo Rodrigues, apontou as dificuldades que todas as entidades tiveram em dialogar com as suas bases nos últimos anos.

“Não fomos bem sucedidos no diálogo com as nossas bases, uma vez que muitos trabalhadores e trabalhadoras ajudaram a eleger um projeto político altamente prejudicial para a classe trabalhadora e para os interesses do Brasil. Nossa luta agora será intensa no sentido de construir a resistência, a unidade e uma nova conexão com esses trabalhadores”, disse Rodrigues.

Reconexão com a classe trabalhadora

Da mesma forma, a representante da Intersindical, Anjuli Tostes, entende que o grande desafio das entidades de classe será a reconexão e a conscientização das pessoas que trabalham nas fábricas, no comércio, na indústria e no serviço público.

“Se alguém tinha dúvidas da necessidade da luta suprapartidária da classe trabalhadora, agora está claro que, se o povo trabalhador não se unir, iremos entrar num momento em que todas as pessoas que trabalham vão sofrer muito com avanço do fascismo, com a radicalização da direita, com o desemprego, com a precarização dos direitos, com os ataques à Previdência Social e a CLT”, destacou Anjuli.

Para o representante da Central Sindical CSP-Conlutas, Eduardo Zanatta, os trabalhadores terão um papel fundamental para resistir aos mesmos ataques que a classe trabalhadora sofreu com Temer e que serão continuados no governo Bolsonaro.

“Tivemos uma vitória importante este ano que foi a queda da MP 844, proposta que abria caminho para privatizar a água e esgoto em todo o País. Se derrotamos Temer também podemos derrotar Bolsonaro, que vai tentar fazer tudo aquilo que Temer não conseguiu”, alertou.

Zanatta lembrou que a política de Paulo Guedes será no sentido de privatizar todas as empresas que ainda são públicas. Para ele, o Congresso não será o polo de resistência nesse processo, mas sim a classe trabalhadora, que deverá estar unida na luta.

“Fico feliz em ver que estamos caminhando para isso. Nosso desafio aqui é trabalhar o processo de mobilização de todas as categorias, pois a luta dos urbanitários também é a luta do conjunto da classe trabalhadora, que vai enfrentar privatizações, reforma da Previdência e a continuação da reforma trabalhista”, finalizou.