O STIU-DF participou nesta quarta-feira (5) do Encontro com Presidenciáveis promovido na sede da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe), em Brasília. O candidato Álvaro Dias (Podemos) disse ser contra a privatização dos bancos públicos, mas deixou a entender que privatizaria algumas das empresas estatais que existem no Brasil.

Ao ser perguntado pelo jornalista do STIU-DF se privatizaria a Eletrobras, o candidato desconversou. “Em momento adequado se avalia a conveniência da privatização desta ou daquela empresa estatal, mas num primeiro momento a preocupação deve ser a recuperação do valor patrimonial de todas elas”, disse, em certa medida, defendendo os interesses dos acionistas minoritários.

A representante do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, perguntou para Álvaro Dias se ele privatizaria os bancos públicos, uma vez que muitos candidatos estão defendendo a privatização da Caixa Econômica e Banco do Brasil.

Segundo Maria Rita, a Caixa Econômica foi responsável, nos últimos anos, por 70% dos recursos destinados à habitação brasileira. Já o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste, juntos, destinaram cerca de 70% de todos os investimentos em agricultura.

“Os bancos privados, embora tenham concessão pública, não cumprem esse papel. Diante disso eu gostaria de saber se o senhor vai privatizar os bancos públicos e quem fará os investimentos que esses bancos fazem hoje no País”, perguntou Maria Rita.

“Jamais privatizaria o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Inclusive tenho projeto proibindo a privatização desses bancos públicos”, disse Álvaro Dias.

Reforma da Previdência

O candidato, que evitou fazer críticas ao governo Temer, defendeu a reforma da Previdência. Segundo ele, empresas privadas e bancos têm inadimplência com a Seguridade Social na ordem de R$ 400 bilhões. “É impossível cobrar essa dívida para a Previdência, porque algumas dessas empresas faliram”, disse Álvaro Dias. No entanto, não foi isso que revelou a CPI da Previdência no ano passado.

Fake News

Um dos pontos altos da entrevista foi quando Álvaro Dias não gostou da pergunta de que ele se apresenta como um candidato da nova política, mas que está há décadas como político; e ficou bastante irritado com a menção ao levantamento do InternetLab, que apontou que cerca de 60% dos apoiadores do candidato na web são perfis falsos.

“Isso é mentira. Existem sim alguns fakes, mas não 60%. Trabalho na Internet há muitos anos e não tenho a menor ideia do que possa ter ocorrido. Isso é coisa de petistas, um trabalhou na Casa Civil, não vou entrar em detalhes”, tentou justificar.

Veja a entrevista na íntegra.