Segundo José da Costa Carvalho Neto, companhia tem entrado no setor de distribuição para salvar empresas

A Eletrobras está estudando a compra de distribuidoras que estejam com problemas financeiros. O objetivo, segundo José da Costa Carvalho Neto, presidente da estatal, é tornar essas companhias rentáveis, com boa qualidade de fornecimento. O executivo não quis adiantar quais seriam as distribuidoras, mas especula-se que sejam concessionárias do Norte do país – CEA (AP) e CERR (RR), ambas com problemas financeiros), e a Celg, de Goiás. No passado, chegou-se a cogitar a compra de empresas do grupo Rede, como a Celpa (PA).

A CEA já teve a caducidade da concessão recomendada pela Agência Nacional de Energia Elétrica ao Ministério de Minas e Energia e o atual governo tem afirmado que está em busca de solucões para os problemas financeiros que afetam a companhia. A Celg passa por problemas financeiros e teve aprovação, recentemente, de medidas financeiras para sanear a companhia, entre elas, a aprovação, ainda pendente, de empréstimo de R$ 2,7 bilhões junto ao governo federal.

“Tem três ou quatro empresas que poderão ser compradas pela Eletrobras”, afirmou Carvalho Neto, após participar do UKBrazil Energy, evento realizado no Rio de Janeiro. Segundo ele, a Eletrobras poderá comprar a distribuidora, diretamente, ou aumentar a participação da estatal. “Se o governo julgar procedente e se houver necessidade, nós vamos comprar essas empresas. Podem ser estatais estaduais ou privadas”, contou.

Durante discurso no evento, ele disse ainda que o foco da Eletrobras é a geração ou a transmissão, mas que a companhia tem entrado no segmento de distribuição principalmente para salvar empresas. ” A ideia é construir um sistema de distribuição mais sólido e confiável”, declarou. Carvalho Neto ressaltou que a compra dessas distribuidoras é apenas uma possibilidade e que os recursos necessárioss não estão contabilizados nos investimentos previstos para este ano, no valor de R$ 9 bilhões.

A Eletrobras já faz a gestão de seis distribuidoras que foram federalizadas após o programa de privatizações, por conta das dificuldades financeiras que enfrentavam e pela falta de interesse de investidores na época. Ainda de acordo com o executivo, elas ainda não estão totalmente recuperadas. A Eletrobras conseguiu há pouco tempo um empréstimo de R$ 1,2 bilhão junto ao Banco Mundial para realizar investimentos nas distribuidoras federalizadas. O montante será aportado no período de quatro a cinco anos e tem como objetivo reduzir as perdas comerciais dessas empresas.

(Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia)