O leilão da CEPISA ocorrido no dia 27 de julho de 2018 é para ser lembrado como uma nova página triste da História do país, um total retrocesso, pois ao entregar por míseros 50 mil reais a empresa de distribuição do Estado do Piauí a Equatorial, um braço do multimilionário Paulo Lemann, se configura mais um crime de lesa pátria.

Em uma nação com suas instituições democráticas funcionando normalmente essa situação jamais ocorreria. Porém, em uma conjuntura golpista, onde um presidente ilegítimo toma as decisões e coloca na presidência da Eletrobras uma figura desprovida de qualquer caráter, como é o Senhor Pinto Júnior, essa ação, apesar de todas as resistências, era previsível.

O CNE através dos seus sindicatos, sobretudo das distribuidoras, fizeram todos os esforços no campo jurídico, político e de mobilização para impedir esse leilão. Mas a luta não acaba aqui o entendimento é que ainda é possível reverter essa privatização, portanto, os trabalhadores devem continuar mobilizados.

A figura patética de Pinto Junior segurando o martelo durante o leilão é o símbolo de tudo que o trabalhador deve repudiar. O presidente de uma Holding feliz em entregar de mão beijada uma empresa estratégica como a Cepisa, é no mínimo deplorável, e mostra o papel sujo que esta figura veio desempenhar dentro da Eletrobras.

Se não bastasse ser detestado pelo quadro de empregados da Eletrobras, obrigando-o até mesmo a usar seguranças para não ser agredido, Pinto Júnior entrou na justiça para impedir que manifestantes usem a fantasia de pinto amarelinho próximo a ele, para evitar protestos como o que ocorreu na Eletrosul. Uma vergonha.

A venda da CEPISA é um ato de extrema gravidade, e mostra que os golpista e vendilhões instalados no Governo e na Eletrobras não pretendem recuar, portanto, o CNE e sua assessoria jurídica vão continuar fazendo todos os esforços para reverter essa privatização e para impedir que esse processo atinja as demais empresas do Sistema Eletrobras.

TRABALHADORES VÃO CONTINUAR RESISTINDO

A privatização das Distribuidoras levará a piora da qualidade dos serviços de energia, além de um aumento extraordinário da conta de luz e quem vai pagar essa conta é a população.

Pela legislação atual, grande parte dos existentes e os futuros prejuízos serão assumidos pelo Poder público, vide o exemplo da CEMAR.

O pretexto do governo ilegítimo do Temer para privatizar as Distribuidoras, é que essas empresas dão prejuízo, isso sempre aconteceu porque as empresas foram utilizadas como instrumentos político-partidários, em todos os governos, esse é o problema. Em nenhum lugar do mundo um “sistema essencial para a população dá prejuízo”.

A privatização das distribuidoras não é porque elas dão prejuízo, mas porque a “conta do golpe” tem que ser paga.

E, é, mais uma manobra desse governo ilegítimo, composto por gente sem escrúpulos, para atacar o interesse público, como o Ministro de Minas e Energia, Moreira Franco e o presidente da Eletrobras, Wilson Pinto.

Como escreveu Guimarães Rosa: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.

Veja a íntegra do Boletim do Coletivo Nacional dos Eletricitários: Leilão da Cepisa é retrocesso