Na manhã desta terça-feira (12), em Brasília, os trabalhadores e trabalhadoras da Eletronorte deliberaram pela continuidade do movimento grevista em defesa da Eletrobras pública. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que fosse mantido 75% dos empregados de cada uma das empresas da estatal, com multa diária por descumprimento de R$ 100 mil por entidade sindical. No entanto, as entidades ainda não foram notificadas da decisão.

Para o diretor do STIU-DF, Victor Frota, a greve dos eletricitários é legitima. “Estamos lutando pela soberania e segurança energética do nosso país. A nossa paralisação é pelo direito ao acesso à energia para toda a população brasileira. Ilegal é entregar uma empresa que vale R$370 bilhões por R$ 12 bilhões, mesmo quando 70% da população é contra a privatização da Eletrobras”, enfatizou.

Frota ressaltou ainda que o movimento pede a renúncia do presidente da Eletrobras, Wilson Pinto, um dos articuladores para a privatização da Eletrobras. “Esse gestor não tem condições de estar no comando de uma empresa como a Eletrobras. Ele contratou uma agência para difamar a estatal e entregar o controle da empresa ao mercado que só pensa em lucro”, disse.

A greve nacional da categoria vai até esta quarta-feira (13) quando serão realizados atos em diversos estados.

Campanha salarial

Na ocasião, a categoria, que negocia o acordo coletivo de trabalho em meio à onda privatizante do governo, votou pela rejeição da proposta da Eletrobras. A empresa ofereceu a integralidade do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC para reajustes nos salários e benefícios, que representa 1,69%.

Em resposta a falta de avanços na negociação, os eletricitários aprovaram na segunda-feira (11) indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do dia 25 de junho.

Tuitaço #EletrobrasPública

Hoje, as entidades sindicais que representam os trabalhadores da Eletrobras ocuparam as redes sociais com um tuitaço para denunciar a tentativa de privatização da maior estatal elétrica da América Latina.

O tuitaço com a hashtag #EletrobrasPública, chamou a atenção para os impactos da privatização, como perda da soberania, entrega do controle das águas à iniciativa privada e o aumento na tarifa de energia. De acordo com a Aneel, a perda do controle acionário da Eletrobras vai elevar de imediato a conta de luz em 16,7%.