Os sindicatos que compõem o Coletivo Nacional dos Eletricitários – CNE e suas federações, FNU, FRUNE, FURCEN, FISENGE, num breve levantamento da história da Eletrobras, evidenciou que desde julho de 2016 os desmandos protagonizados pelo seu presidente, Wilson Ferreira Pinto Junior, não param de crescer.

E o mais lamentável dessa história é percebermos que a diretoria da empresa, principalmente os diretores “filhos do Setor Elétrico”, que deveriam se orgulhar do potencial energético que ajudaram a construir em anos de atuação no setor, andam tão acovardados e submissos que, na opinião das entidades de representação, deveriam entregar seus cargos e passar da história do Setor Elétrico para a história do esquecimento.

Outra diretoria que deveria ter o mínimo de vergonha e dignidade é a de compliance, que assiste calada e sorridente as peripécias de um presidente que dentre todos os que estiveram à frente da Eletrobras, sem sombra de dúvidas, é o mais irresponsável e nocivo.

Dentre os desmandos do senhor Pinto Junior, citamos os que são de conhecimento de todos e que até os que não querem ver já sabem:

  • Trabalha contra os interesses da Empresa e da sociedade (por exemplo, a contratação sem licitação de uma assessoria de comunicação que só fala mal da Empresa e, assim, influencia o ambiente a favor da privatização);
  • Inúmeras contratações por inexigibilidade como por exemplo: BTG Pactual, Sousa Sescon, Barrieu & Flesh Sociedade de Advogados; Roland Berger: 3 vezes; Kienbaum: 2 vezes; FSB (a assessoria de comunicação!): 2 vezes. Dentre outras. Todas com valores milionários.
  • Diretoria colegiada desarticulada e sem direção (a de conformidade parece de fachada, inoperante, pois não atua nas não-conformidades praticadas. Está mais para uma diretoria a serviço do presidente do que da Eletrobras;
  • Nenhuma manifestação oficial e pública por parte da diretoria da Empresa diante da campanha publicitária difamatória do MME contra a Eletrobras e seus trabalhadores e trabalhadoras;
  • Práticas de discriminação e assédio moral aos trabalhadores e trabalhadoras (sob o silêncio sepulcral da diretoria de compliance), um desrespeito ao Código de Ética e Conduta e que brindou a Eletrobras com o seu primeiro presidente advertido formalmente pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República;

Esses são os desmandos mais notórios. Há outros, cuja participação do presidente Pinto Junior seria no mínimo antiética, vejamos:

  • Indicação de dirigentes de empresas concorrentes para assento no Conselho de Administração da Eletrobras – CAE;
  • Presidente do CAE indicado por minoritários, situação inédita para uma empresa que tem o governo como o seu acionista majoritário;
  • Nítida intenção para negativar os resultados anuais da Eletrobras, com o objetivo de vender a ideia de uma empresa quebrada e justificar sua privatização;
  • Repercussão negativa da tentativa do atual presidente em aumentar o seu próprio salário, numa atitude contraditória às suas falas quanto à situação econômico-financeira da Empresa;
  • Instalação de um grande balcão para a venda de ativos da Eletrobras, razão de muitos interessados buscarem assentos no comando da Empresa;
  • Presidente ansioso para vender e privatizar, razão do baixo crescimento da empresa nos últimos 2 (dois) anos;
  • “Nebulosidades” no processo de negociação da dívida com a Eletropaulo, coincidindo com a destituição de um diretor;

E como não bastasse as excentricidades de gestão do presidente e de sua diretoria, ainda temos que lidar com alguns atores internos que agem com subserviência em troca de status e manutenção de posições gratificadas, contra os interesses da Empresa.

Nunca é demais lembrar que a grandeza da Eletrobras foi construída a partir do comportamento ético de corpo técnico e coletividade.

Voltamos a insistir que esse festival de desmandos e desvios éticos, além de lamentável para todos que compõem a atual gestão da Empresa, principalmente aos diretores Prata da Casa (na Eletrobras e em suas empresas de origem), e uma brutal tentativa de destruir a Eletrobras, que se eterniza na Carta Testamento de Getúlio Vargas.

Os aproveitadores de plantão não acabarão com o patrimônio público que tem o papel fundamental de levar, além de energia, programas sociais a milhares de brasileiros e faz parte da Soberania Nacional.

Por Associação dos Empregados da Eletrobras  – AEEL