O governo federal resolveu fazer uma mudança brusca no processo de sucessão de duas vagas que estão abertas na diretoria do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O conselho de administração do ONS estava pronto para aprovar, em reunião marcada para hoje, as indicações de Sinval Gama e Marcelo Prais aos cargos detidos pelo Poder Executivo no órgão. O operador é uma entidade de direito privado, na qual as empresas do setor elétrico têm dois dos cinco assentos na cúpula. O diretor-geral também é indicado pelo governo.

A vaga que estava reservada para Prais, no entanto, será ocupada agora por um indicado do deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), relator do projeto de lei da Eletrobras, que tramita lentamente no Congresso Nacional. Aleluia acertou com o ministro de Minas e Energia, Wellington Moreira Franco, a indicação do engenheiro Jaconias Aguiar, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A interferência causou revolta nas associações do setor elétrico e dentro do próprio ONS, já que Prais é um dos técnicos mais respeitados da casa e hoje atua como assessor para assuntos regulatórios da diretoria-geral. Há uma tentativa de última hora para reverter essa troca, movimento que é considerado como muito improvável.

Sinval, atual presidente da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), já ocupou vários cargos no Sistema Eletrobras. É considerado ligado à família Sarney, mas é muito bem visto no mercado.

Fonte: Valor