Sindicatos, movimentos populares e trabalhadores do setor elétrico estatal vão dar mais uma demonstração de que não aceitam a entrega da maior empresa de energia elétrica da América Latina à iniciativa privada. Na próxima segunda-feira, 16, vão ocorrer paralisações, atos e manifestações em todos os estados na defesa da Eletrobras pública, eficiente e para todos.
Em Brasília, às 10h, acontece um grande ato em frente ao Ministério de Minas e Energia contra o desmonte do setor elétrico estatal.
Impedir a aprovação da venda da Eletrobras é o principal desafio do momento. A população brasileira que vem sofrendo uma série de ataques, com retirada de direitos e desemprego, vai ser mais uma vez penalizada com a privatização da Eletrobras.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a venda da Eletrobras vai resultar em um aumento inicial na tarifa de energia de 16,7%, no mínimo. Alguns especialistas apontam reajustes superiores a 70%.
Outro impacto é o corte na tarifa social que garante descontos na conta de energia para pessoas de baixa renda e beneficia mais de 8 milhões de lares brasileiros e será extinta com base na proposta da nota técnica nº 5, proveniente da consulta pública nº 33, que altera o marco regulatório do setor elétrico. Segundo dados da Aneel, do total, 56% dos favorecidos pelo programa estão no nordeste e 24% no sudeste.
A Eletrobras, responsável por mais da metade da energia elétrica consumida no país, controla 47 hidrelétricas, 114 térmicas (energia gerada a partir da queima de carvão, gás ou óleo), 69 eólicas e distribuidoras de energia de seis estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima. Estão entre os estados com menores IDH do país Piauí, Alagoas e Acre.
Diante de todos esses impactos e retrocessos, permitir a privatização das estatais do setor elétrico é promover maior desigualdade social e negar o acesso à energia para a população mais pobre do Brasil. Assim, para barrar mais esse retrocesso é preciso paralisar os locais de trabalho, fazer atos e manifestações, ocupar ruas, avenidas e praças, além de pressionar os parlamentares em suas bases eleitorais.
É hora de unidade para derrotar a venda da Eletrobras e defender o patrimônio público, a soberania nacional e a segurança energética.