As indústrias do Rio de Janeiro criticaram os novos reajustes na conta de luz aprovados pela Aneel, que entram em vigar a partir desta quinta-feira (15). Privatizado na década de 90, hoje o setor elétrico no Rio tem as tarifas mais caras do Brasil.
“A indústria do estado do Rio não tem mais como absorver elevados aumentos da tarifa de energia elétrica”, criticou a Firjan.
A Enel Rio reajustou a conta de luz em 19,94% para as indústrias. O aumento da tarifa dos consumidores residenciais foi ainda maior, 21,46%.
Já a Light aumentou o valor da conta de luz em 13,4% para as indústrias e 9,09% para os consumidores residenciais.
Segundo a Federação das Indústrias do Rio (Firjan), a conta de luz de luz dos cariocas é 27% superior à média nacional. Enquanto isso, a inflação em 2017, segundo o governo, foi de 2,97%.
O dirigente sindical do STIU-DF, Victor Frota, explica que esses reajustes exorbitantes na conta de luz são ruim para todo mundo. “A indústria brasileira acaba repassando esses reajustes para o consumidor e consequentemente acaba reduzindo as suas vendas em função da competitividade com os produtos importados”, avalia.
Victor também chama atenção dos impactos desses reajustes na economia e para a população, que é prejudicada duas vezes. Uma com a perda de massa salarial e outra com o aumento do índice de desemprego.
“Esses reajustes reduzem significativamente a renda dos trabalhadores. Isso levando em conta os que estão empregados, porque há milhões de brasileiros sem ocupação. Os aumentos na tarifa só contribuem para enriquecer os donos dessas empresas privadas de energia. Por outro lado, a indústria e o comércio produzindo e vendendo menos acabam demitindo muitos trabalhadores, que vão engrossando cada vez mais a fila de desempregados no Brasil”, aponta Victor.